“O critério foi sempre a qualidade”. É esta a frase que Rita Florentino, de 35 anos, repete várias vezes, quando é questionada sobre a pastelaria familiar que o pai fundou há 37 anos, na Parede. Miguel Florentino abriu A Merenda, em 1987, e hoje gerem juntos o negócio. Esta semana, o espaço foi notícia pelas melhores razões: venceu o prémio de melhor bolo-rei do concelho de Cascais.
No final dos anos 80, Miguel começou a dar os primeiros passos no fabrico de pão. Agora, o espaço é “muito conhecido pelas vianas e pelo pão tradicional”. No entanto, nesta época, o protagonista é o bolo-rei (com um preço a rondar os 23€/quilo). “Não fazemos bolo-rei para prémios. Mas, no fundo, é um reconhecimento, como se estivessem a dizer que estamos no caminho certo. É a aprovação das pessoas, as que têm experiência na área e as que representam os clientes que experimentam o bolo todos os dias”, afirma Rita.
O sabor desta conquista não é novo para A Merenda. A vencedora da terceira edição do concurso, organizado pela Associação Empresarial do Concelho de Cascais (AECC), disputou o prémio com outros 18 estabelecimentos de padaria/pastelaria, com fabrico próprio, e conseguiu repetir a classificação obtida na primeira edição do concurso, em 2022.
À New in Cascais, Rita mostra-se orgulhosa com outras distinções que o seu bolo-rei já arrecadou. “No ano passado, conquistámos o primeiro lugar no concurso ACIP, que elegeu o melhor bolo-rei do País, e ainda conquistámos uma medalha de prata e uma de bronze noutras categorias em que participámos”.
Considera que a pastelaria é “uma referência na zona”. Não só pelos anos que tem, mas “por ter mantido a qualidade ao longo de tanto tempo”, acredita a responsável. “Acho que quase todas as pessoas da Parede e arredores nos conhecem”, diz.
Na pastelaria, todos os produtos são confecionados por Rita e Miguel e há certos critérios que consideram indispensáveis. São, talvez, esses o segredo do sucesso. “Somos criteriosos na escolha das farinhas e também nos bolos. Portanto, queremos bolos diferenciados do mercado, para que a pessoa possa ir à nossa pastelaria e saber, sempre, que temos qualidade. Só assim é que faz sentido, não é?”, diz.
Já a tradição antiga de fazer pão, tão apreciada por pai e filha, é “garantida” pelo fermento. “Nós é que o fazemos. Portanto, a massa-mãe é o fermento natural que demora 24 horas a ser fermentado e só depois é colocado no pão, feito com farinha de moleiro moída em mós de pedra. É este pormenor que faz com que seja o pão de antigamente, como os meus avós faziam”, conta.
Entre os produtos mais procurados pelos clientes, estão as broas de todos os santos (1,50€/unidade), que se tornaram, segundo Rita, muito “populares”. “É uma broazinha feita com erva doce e frutos secos. Tem uma aceitação tão grande, que vende o ano todo”, conta a responsável, acrescentando “há uma semana criámos uma nova versão dessa broa, sem frutos secos e com frutas cristalizadas”.
Além desses, os visitantes da pastelaria também podem encontrar, nesta época, doces de Natal como coscorões, sonhos e bolo rainha. No entanto, o que diferencia o espaço são outros sabores, como os babás, “que já não se vêem em todo o lado”, os caracóis e as delícias folhadas, que “caíram em desuso hoje em dia na pastelaria e que fazem com que muitos clientes também nos procurem”, revela.
Para além do pão, a pastelaria oferece uma variedade de bolos tradicionais e diferenciados, como bolos de aniversário com recheio de doce de ovo feito artesanalmente. Com a meta de uma “maior qualidade” sempre em vista, Rita e Miguel só utilizam “ingredientes frescos e nacionais”, como nozes e pinhão, para preparar os bolos.
Carregue na galeria e veja imagens de alguns dos pães, broas e bolos vendidos na pastelaria da Parede.