A Casa da Pérgola é uma das propriedades mais conhecidas de Cascais. Aliás, situada em plena Avenida Valbom, é uma das mansões centenárias mais bonitas do País. Tanto que, do lado de fora do portão, muitos fotografam a fachada e os azulejos pintados à mão. Poucos, porém, ousam lá entrar — mesmo que ali exista um pequeno hotel com apenas 12 quartos. Mas isso mudou em 2023 e tudo se deve a um restaurante de charme.
O Bougain Restaurant & Garden Bar abriu no piso inferior da Casa da Pérgola. A esplanada mistura-se discretamente pelo jardim, tornando a envolvência do espaço num oásis onde boa comida e natureza se fundem. A carta é de clássicos e a experiência, essa, equivale a uma viagem no tempo, “não só pelo edifício histórico em que se insere, mas pelo requinte, elegância e detalhe que compõem o cenário”, garantem os responsáveis.
A aposta é de Miguel Garcia, de 42 anos, o único proprietário do novo empreendimento e dono do Grupo Café de São Bento. “Queria abrir um espaço em Cascais ou no Estoril porque gosto e acredito no potencial desta zona. Decidi avançar porque achei que a proposta gastronómica estava incompleta e queria dar às pessoas um motivo para virem de Lisboa até aqui”, começa por contar.
O espaço foi inaugurado em abril e o conceito baseia-se no saber acumulado do empreendedor. “Inspirámo-nos na gastronomia mediterrânica clássica e quisemos ir à nostalgia dos clássicos.” Com mais de duas décadas de experiência nas áreas da restauração e hotelaria, Miguel decidiu, em 2022, perseguir o sonho de se tornar empreendedor. Adquiriu ambas as localizações do Café de São Bento. Ao Grupo junta-se agora o Bougain Restaurant & Garden Bar.
Ali, nada foi deixado ao acaso e a chef foi escolhida a dedo. Diana Roque — que passou por restaurantes de renome como o do hotel Sheraton, o Oitavos, o Belcanto, o Feitoria, o Aldea e o Mont Mar — assina a carta, elaborada com a ajuda de Miguel. O proprietário afirma tê-la convidado para participar no projeto pelo percurso, pelo carisma e, claro, pela paixão pelos inveterados da gastronomia portuguesa, italiana e francesa.
Da cozinha “sem pretensões nem reinvenções” saem pratos intemporais das cozinhas portuguesa, francesa e italiana. Há steak tartare (13€) feito na mesa, “num espetáculo raro de nostalgia” e ostras de Setúbal (13€, seis unidade). “As estrelas da carta são, claro, os pratos principais”, interrompe-nos Miguel. Nesta secção pode escolher entre o arroz de carabineiro (65€), o entrecôte grelhado com molho à café Paris (25€), o carré de borrego (27€), entre outros.
O menu também inclui opções vegetarianas e vegan como o Wellington de couve-flor com molho demi-glacé de legumes (17€). “Para terminar em beleza, no seu sentido mais literal, temos a pavlova de pêssegos assados (8€), os cannelés de Chocolate (8€) e o tiramisù (8€) entre algumas das sugestões.” Ainda que Cascais esteja muito ligado ao peixe, explica, quiseram ter uma oferta mais vasta e apostar em clássicos que funcionam a qualquer hora do dia.
Numa das salas, comandadas Carlos Silva (Cadú), há uma lareira que remete para o conforto das casas antigas. Os padrões florais no teto, os elementos fixos de mobiliário com formas orgânicas e os detalhes que evocam as estufas vintage, com estruturas leves em ferro e vidro, asseguram o imaginário de estar num jardim, mesmo no interior do restaurante.
Contudo, é lá fora que se encontra a peça principal do empreendimento: o bar. Com azulejos verdes e mesas que parecem raízes de árvores, funde-se com o jardim. Foi essa, aliás, a grande inspiração para todo o projeto. “Todos os elementos foram pensados ao pormenor, desde os tecidos das almofadas, com padrões florais e tropicais, aos materiais usados na decoração, passando pelas plantas escolhidas”, revela. O bar é o domínio de Manuel Frazão.
“Acima de tudo é um ambiente confortável, com um serviço cuidado, que não deixa nada ao acaso. Quero que as pessoas que vêm ao Bougain se sintam bem e confortáveis. Não somos um restaurante com sittings, turnos e hora para sair. Também isto é uma referência aos clássicos — aos sítios em que as pessoas ficavam à mesa durante horas e ninguém lhes pedia para sair. Conservar este tipo de serviço e de ambiente é algo que valorizamos, tanto no Café de São Bento como agora no Bougain”, conclui Miguel Garcia.
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