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Conheça os 2 vencedores cascalenses da primeira Gala do Guia Repsol

A noite desta segunda-feira, 7 de abril, ficou mais iluminada em Santarém. Quase 200 restaurantes foram distinguidos.
Um dos vencedores.

Ao fim de um hiato de 17 anos, o Guia Repsol regressa a Portugal para premiar os melhores restaurantes do País. A gala, uma das grandes referências da gastronomia espanhola, decorre esta segunda-feira, 7 de abril, no Convento de São Francisco, em Santarém. O novo modelo arrancou com 194 restaurantes referenciados no Guia — 70 ganharam sóis e os restantes 124 passaram a ser recomendados.

A cerimónia foi apresentada por Inês Lopes Gonçalves e Renato Duarte e seguiu o modelo do Guia Michelin, mas, em vez de estrelas, atribuiu sóis. Um sol distingue restaurantes de qualidade, recomendáveis a amigos. Dois destacam espaços que merecem uma nova visita, pelo domínio da técnica e pela utilização dos melhores produtos.

Já a distinção máxima, três sóis, é reservada para restaurantes que justificam uma viagem, oferecendo uma experiência única e uma garrafeira de excelência.

No entanto, se pensa que a lista foi feita à semelhança do guia francês, está enganado. Alguns chefs distinguidos com estrelas, por exemplo, não constam neste ranking; enquanto outros, que não fazem parte do Guia Michelin, foram aqui distinguidos.

Do Porto ao Algarve, passando por Lisboa e pela Madeira, o guia entregou três sóis a quatro restaurantes. Ricardo Costa, do The Yeatman, Hans Neuner, do Ocean (Porches), José Avillez, do Belcanto (Lisboa) e Benoît Sinthon, do Il Gallo D’Oro (Funchal) forma os chefs premiados. 17 outros espaços foram distinguidos com dois sóis e 49 restaurantes levaram um sol.

A lista inclui ainda 124 restaurantes recomendados e 4 com o sol sustentável (um por cada categoria do Guia Repsol). Este último foi entregue aos espaços “que se esforçam por manter um compromisso com o ambiente”.  O regresso da iniciativa a Portugal teve como objetivo valorizar e dar visibilidade à gastronomia nacional, que a diretora do Guia Repsol, Maria Ritter, considera estar a viver um momento “excepcional”.

Em novembro do ano passado, Ritter afirmou à NiC que “cabe também a guias como o Repsol compensar um bocadinho esta falta de visibilidade de Portugal”. E parece que a promessa foi cumprida.

O Guia Repsol Portugal 2025 fez questão de ser mais democrático e distinguir “um pouco de tudo”. Na lista há desde espaços de fine dining aos restaurantes típicos, como o solar dos Presuntos ou o Gambrinus. Os inspetores percorreram o País de norte a sul para premiar locais espalhados por todas as regiões. 

Em Cascais, foram distinguidos dois restaurantes com um sol: a Fortaleza do Guincho e o Maré.

“Portugal está a borbulhar de talento e toda a gente merece ver isso, conhecer quem são os agentes desta efervescência. É isso que pretendemos com este Guia Repsol Portugal: dar a conhecer o talento que aqui mora, mostrar o seu trabalho e partilhar a felicidade que traz a todos os que se sentam nas suas mesas. Essa é a nossa aposta, unir e partilhar, ao invés de separar ou competir”, disse a diretora do guia.

Após fecharem as cortinas da gala, os convidados são encaminhados para um jantar servido pelo chef Rodrigo Castelo, do restaurante Ó Balcão, um dos vencedores da noite.

Fortaleza do Guincho

Instalado numa das encostas do Guincho, de frente para o Oceano Atlântico, o Hotel Restaurante Fortaleza do Guincho é ícone de hospitalidade e boa gastronomia desde que foi inaugurado, em 1998. A estrela Michelin chegou, pela primeira vez, em 2001 — três anos depois da abertura — e nunca mais saiu da Fortaleza do Guincho. O Hotel Fortaleza do Guincho Relais & Chateaux, onde se situa o restaurante, foi alvo de uma remodelação no início de 2024.

Reabriu as portas em abril do mesmo ano (como lhe contámos neste artigo), após vários meses encerrado. Este período de paragem forçada acabou por ser produtivo a nível de inspiração para o chef Gil Fernandes, aos comandos da cozinha desde 2018. A notícia da reconquista da estrela Michelin chegou em fevereiro. Agora, espaço soma mais um prémio, o sol do guia espanhol atribuída esta segunda-feira, 7 de abril.

Maré

O restaurante do chef José Avillez abriu portas na Estrada do Guincho, em maio de 2023. O conceito apresenta “uma cozinha contemporânea inspirada na gastronomia marinheira e tradicional portuguesa, com algumas influências das viagens” do chef, como avançou à NiT na altura. Erguido nas rochas, de frente para o Atlântico, e ao lado do Mar do Inferno e do Monte Mar, o edifício do antigo Raio Verde foi comprado em 2018, após mais de 30 anos desocupado.

“Tem a particularidade de ser bastante perto do sítio onde nasci, e por isso, tenho uma relação muito especial com ele. Diz-me muito. Ainda me lembro de lá ir em pequeno, quando era um restaurante muito emblemático”, revelou. 

A carta foi criada por José Avillez, mas é Filipe Pina, que trabalha há vários anos com o chef, quem está à frente da cozinha. Luciano Marques é outros dos seus colaboradores habituais que também está envolvido no Maré.

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