A ideia por detrás do projeto de sucesso Sult surgiu numa viagem que o chef brasileiro Nelson Soares fez a Copenhaga, capital da Dinamarca. “Lá experimentei sabores incríveis, tanto que o nome do restaurante — Sult — significa fome em dinamarquês”, conta à New in Cascais, garantindo que o minimalismo nórdico foi também grande inspiração na hora de criar o seu próprio espaço.
O chef, de 52 anos, confessa ser fã de misturar sabores e pratos de diferentes culinárias. Foi isso que fez no restaurante que abriu no Rio de Janeiro, há quatro anos, e que, desde dia 12 de março, se instalou também em Cascais. “No Brasil, misturo a comida italiana com a brasileira mas, como estamos em Portugal, achámos interessante misturar o italiano com o português”, refere.
Apesar de trazer alguns pratos do Sult original, o conceito do espaço levou o responsável a apostar em ingredientes da região. “Todos os produtos utilizados no restaurante são locais. O peixe, por exemplo, vem diretamente de um pescador cascalense, o Carlos Ambrósio”, diz.
Aliás, conhecer a fundo a gastronomia dos diferentes países por onde passa, nas suas viagens, é o que mais o inspira. Assim que chegou a Portugal, a primeira coisa que quis fazer foi conhecer ao detalhe os pratos típicos de norte a sul do País. Através dessa trajetória, deparou-se com sabores que o apaixonaram e que acabou por incluir no menu do novo restaurante.
A regra é que cada prato tenha, no máximo, cinco ingredientes base, “para um sabor mais autêntico”. Entre as diferentes opções, pode começar a sua refeição com o popular arancini de alheira (16€), um pastel em forma de bola que, em vez da tradicional combinação de arroz e queijo (ou carne), mistura o queijo de Azeitão com o conhecido enchido de Mirandela.
Como prato principal, pode escolher entre a lasanha SULT (26€), servida com fondue de parmigiano reggiano, o spaghetti com lingueirão, diretamente das águas do Sado e bottarga (28€), arrosto cabrito (26€) ou o prato que tem tido mais saída: o pappardelle ao ragu de porco preto (24€). Não termine a refeição sem pedir sobremesa. O chef recomenda o tiramisù de pistachio (12€) ou a torta de limão e basílico (8€).
A escolha de Cascais para estrear o Sult em Portugal (e a primeira aventura fora do Brasil) não foi por acaso. Um dos sócios de Nelson, Major Group, já vivia na zona há meia dúzia de anos. Foi ele, em conjunto com outros amigos, que convenceram Nelson de que, a abrir um espaço em território português, teria de ser no concelho, lado a lado com o mar.
O chef quis criar um ambiente acolhedor, para receber as cerca de 80 pessoas (46 no interior e 34 na esplanada) que o espaço acolhe. Honrando o espírito do projeto original, as toalhas de mesa brancas e a loiça da Vista Alegre são as únicas concessões à formalidade, numa atmosfera que se quer descontraída.
Assim que entrar, há um balcão central que lhe vai chamar a atenção. É ali que se finalizam todos os pratos, mesmo à frente dos clientes, um toque que o chef adora. “No Brasil, o restaurante tem a cozinha aberta. Aqui não foi possível, por isso, escolhemos esta opção.”
O Sult abriu a 12 de março, terça-feira. O chef faz um balanço positivo destas últimas três semanas e revela alguns planos para o futuro. “Em breve, teremos um vinho com o nome do restaurante, porque é uma das minhas paixões”. Os produtores ainda estão por definir, mas o responsável confirma que existirá um vinho branco, com um valor que ronda os 22€, e um tinto que pretende “que não passe dos 30€, para ser acessível a todos os clientes”. A carta, no geral, tem cerca de 100 referências.
Pode fazer reserva da mesa online ou ligar para o número 910 549 593. Para mais informações, espreite as redes sociais do restaurante.
Carregue na galeria para conhecer alguns pratos e o espaço do Sult.