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Experimentámos os pratos mexicanos do Calavera Barbuda (e ficámos rendidos)

O restaurante fica nos Jardins do Buzano, em São Domingos de Rana. Pode pedir tacos, burritos e muito mais.
A caveira é a inspiração para o restaurante. Imagens: Calavera Barbuda.

A gastronomia do México é uma das mais populares do mundo. Com uma grande presença de picante, feijões e queijo, é comida de conforto e, para outros, uma desforra na dieta para tantos outros. Se gosta destas especialidades, temos uma sugestão para si.

O Calavera Barbuda abriu em 2017 e fica nos Jardins do Buzano, em São Domingos de Rana. Com um menu composto por tacos, burritos e barbitas, é uma opção para quem gosta de comida genuinamente mexicana, num espaço calmo. Nós provámos alguns destes pratos e não ficámos desiludidos, mas já lá iremos.

Pedro de Almeida e Silva, 54 anos, é o proprietário do restaurante. Pode-se dizer que conhece o México como poucos: há mais de 20 anos que visita o país centro-americano. É também a inspiração por detrás do nome do restaurante. “O Calavera Barbuda sou eu, porque na altura usava barba, a barba que está na caveira era a minha. E nós queríamos só Calavera, mas já existia um, então a minha mulher disse: ‘Fica Calavera Barbuda’”. A utilização da caveira no design não é por acaso: é um dos símbolos nacionais do México.

Porém, o espaço nem sempre foi um restaurante e Pedro não chegou como cozinheiro. “Nós tínhamos um outro conceito, era para ter sido um bar. Quando me convidaram para vir para aqui, era para ser porteiro. Sempre trabalhei na noite, tenho 32 anos de porteiro nas noites de Lisboa e Cascais”. Esteve envolvido na abertura de algumas discotecas conhecidas na altura, como o Coconut e o Kings and Queens. Ao fim de algum tempo, a sociedade do bar acabou por não funcionar e Pedro ficou com o lugar.

A ideia de tornar o spot num lugar de comida mexicana surgiu da grande paixão que tinha pelo país. Levou a mulher consigo para fazer workshops no México e aproveitou algumas receitas antigas que tinha. Abriram o restaurante no dia 6 de novembro, na altura em que tinham voltado do Dia de los Muertos.

O restaurante precisava de uma nova imagem e de remodelações. Apostaram num espaço cor de rosa e azul-bebé, cheio de souvenirs e decorações nas paredes, acumuladas durante inúmeras idas ao México. Ao todo, o espaço tem 48 lugares, divididos entre a sala e a esplanada.

Em tom de brincadeira, Pedro perguntou à NiC: “Gostam? Fui eu que fiz”. Mas não demorou muito a esclarecer o significado da frase. “A mão de obra foi minha, mas veio tudo da cabeça da minha mulher”, a Luísa. É uma das figuras principais do restaurante, a quem Pedro tece só elogios. A juntar à ideia do nome e à decoração, Luísa ainda desenhou o logótipo do Calavera Barbuda.

Um dos elementos mais curiosos da sala é o altar, dedicado à família dos donos. “Nós fizemos o altar no nosso primeiro Dia de los Muertos e trouxe-nos boa sorte, então não tivemos coragem de desmontá-lo”. Estão presentes nas molduras imagens do pai de Pedro, dos sogros, do cunhado, do irmão, entre outros familiares e amigos chegados.

“São pessoas que nós não queremos esquecer, elas próprias não querem ser esquecidas e fazem parte do nosso dia a dia, estão constantemente aqui connosco”. Como manda a tradição, quando chega o Dia dos Finados , o altar é limpo e decorado com velas e oferendas, à semelhança do que acontece no filme “Coco”, que “relata exatamente a realidade do México”, segundo Pedro.

O feedback do restaurante por parte dos clientes é bastante positivo, chegando inclusive a atingir uma classificação de 4.7 na plataforma Uber Eats, onde já estão desde a abertura. “O feedback é positivo e mais do que esperávamos. Tanto que se forem ao Google, temos lá reviews de várias nacionalidades”. No entanto, nem todas são positivas, e Pedro explica que essas críticas estão ligadas, em grande parte, ao seu passado na vida noturna. “As únicas reviews negativas que existem são para me atingirem a mim diretamente, não ao restaurante”.

Uma das maiores provas da qualidade da comida vem dos próprios mexicanos, para quem estes pratos são nativos. Pedro conta, inclusive, a história de um jovem que passou pelo restaurante enquanto estudava em Portugal. “Houve aqui um mexicano que estava em Erasmus e ele disse algo como ‘Ai, que saudades de casa, parece mesmo a comida que como no México’. E ter um mexicano a falar bem da minha comida é fantástico”.

 
 
 
 
 
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A experiência da New in Cascais

Para entradas, o Calavera Barbuda oferece diversas opções de nachos, com diferentes condimentos e toppings. Acabámos por experimentar os Nachos Y Queso Fundido (6,50€), que estavam espetaculares, assim como a opção com guacamole (7,50€), igualmente fantástica. As doses são generosas, ideais para ir petiscando com amigos enquanto se espera pelo prato principal.

Também pode provar as opções com salsa (6€) e com queijo fundido e chouriço (7,50€). Para quem gosta de um desafio, os Nachos Calavera Barbuda (11,50€) vêm com mistura de queijos derretidos e chilli, para um sabor mais intenso. Aliás, todos os pratos com o nome do restaurante são as opções mais picantes.

Há ainda três variantes de barbitas que pode pedir para começar a refeição da melhor maneira. Todas custam 9€ e vêm três unidades de cada. São elas as de Carnitas, com carne de porco; as de Pollo, com fajitas de frango; e as Vegetarianas, com mix de vegetais salteados. São feitas à base de tortilha frita e o queijo derretido está presente em todas as opções.

Todas as refeições pedem uma bebida e a nossa não foi exceção. Com uma carta de bebidas que inclui rum, tequila, whisky e vários cocktails, a escolha revelou-se difícil. Para respeitar o registo mexicano, optámos por pedir as margaritas. Pode pedir com tequila normal (7€) ou premium (9€), disponível também nas variantes de jarro de um litro (20€ e 27,50€, respetivamente). Com um sabor fresco e cítrico, a margarita tradicional é ideal para tomar enquanto põe a conversa em dia.

No entanto, não podemos deixar de mencionar a margarita de morango. Ao contrário da clássica, esta é servida em granizado. E – temos de confessar – estava absolutamente sublime. Sem ser exageradamente doce, é perfeita para um dia quente de verão, mas prepare-se para gastar mais dinheiro, porque vai querer repetir várias vezes.

Avançando para a comida, há vários pratos de tacos, normais ou planchados. Se pedir os tradicionais, vai receber uma porção de quatro tacos de trigo. Estes podem ser de Pollo Loco (11,50€), Carnitas (11,50€), Vegetariano e Calavera Barbuda (11,50€). Os de Pollo Loco e os Calavera estavam ambos excecionais e, ainda que sejam as opções picantes, este é perfeitamente tolerável, dando um aconchego quente e agradável sem precisar de tentar lavar o palato para que passe.

O de Tierra Y Mar (11€) destaca-se por dois grandes motivos: são servidos apenas três e apostam no conceito “surf and turf”, juntando frango desfiado a camarão. O equilíbrio é surpreendente, vindo também com salada de manga, tajin e salsa mexicana. O resultado é um taco saboroso e fresco, sobretudo graças à fruta.

Os tacos planchados são maiores e vêm acompanhados com salada ou nachos, ótimos para uma refeição mais completa. As variantes são semelhantes às dos tacos mais pequenos, ainda que com algumas ligeiras diferenças. O de Pollo (11,50€), Carnitas (11,50€) e Vegetariano (11,50€) pouco mudam em relação aos seus homónimos, mas vêm com queijo derretido. Ao Calavera Barbuda (12,50€) são acrescentados jalapeños e queijo, enquanto que no Del Mar (12,50€) — muito bom, por sinal — a proteína é camarão.

A tendência continua nos burritos. O de Pollo (11,50€) mereceu destaque de Pedro por ser o prato mais vendido da casa. “É rara a mesa em que não sai um”, conta à NiC. Não demorámos muito a perceber o porquê, de facto, é delicioso. Assim como são os de Carnitas (11,50€), Vegetariano (11,50€) e Calavera (12,50€). Aqui, entra a novidade do burrito de chilli (11,50€), prato que também pode pedir por si só por 12,50€, acompanhado com nachos, arroz e queijo derretido.

Se o nível de picante não for suficiente para o estimular, não se preocupe – na maioria das mesas pode encontrar cestos com várias garrafas com molhos mexicanos. Estes têm diferentes intensidades, pelo que aconselhamos a que comece pelos mais fracos. No entanto, o picante nem sempre se sobrepõe ao gosto da comida: muitas vezes, até complementa.

Para sobremesas, pode pedir tarde de lima merengada, bolo de chocolate e um carrinho de churros. Sim, leu bem: os churros são servidos num pequeno carrinho de compras cor de rosa. Não são excessivamente doces, por isso, não há risco de ficar enjoado. Pode pedi-los com chocolate, Nutella ou doce de leite.

Carregue na galeria para conhecer melhor o espaço e alguns dos pratos servidos no Calavera Barbuda.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Jardins do Buzano 158 b, São Domingos de Rana
    2785-717 São Domingos de Rana
  • HORÁRIO
  • Terça a sábado, das 12h às 15h e das 19h às 23h
PREÇO MÉDIO
Entre 10€ e 20€
TIPO DE COMIDA
mexicano

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