Estávamos em abril quando foi inaugurado, em Cascais, o One Market, o novo hot spot da zona, integrado no projeto residencial One Living. Na altura, já tinham aberto oito espaços comerciais e de restauração no complexo. Agora chegou mais um, dedicado à comida italiana.
O Pasta Non Basta é o mais recente espaço do Grupo Non Basta, o sétimo em sete anos de atividade e o terceiro com este nome. Abriu no dia 16 de julho e marca o primeiro investimento da empresa na vila. A carta não é diferente dos outros restaurantes, mas foi em Cascais que decidiram introduzir algumas novidades, que depois replicaram no menu do restaurante das Avenidas Novas e Alvalade.
A NiC visitou o espaço e provou alguns dos novos pratos, assim como os clássicos da casa. Na verdade, teríamos experimentado todos, se houvesse espaço para isso — mas já lá vamos.
Este novo espaço vem reforçar a aposta do grupo na Linha de Cascais, depois de ter inaugurado, em maio, o Madrasta, no jardim de Paço de Arcos. Além deste e dos Pasta Non Basta, fazem também parte da empresa os restaurantes Memória, Província e Margarida. O objetivo é comum a todos: estar perto das famílias e de zonas residenciais.
Esta nova abertura na vila é um marco importante para a empresa, que encara o novo restaurante como o testemunho do quão longe já chegaram. “Esta é uma abertura muito importante para nós. Os nossos clientes já nos pediam um Pasta Non Basta, em Cascais, e depois de muito procurarmos surgiu a localização perfeita, num bairro familiar que nos permite apostar num espaço maior e confortável que conta também com uma grande esplanada”, refere Frederico Seixas, um dos sócios do Grupo Non Basta. Ainda que a expansão seja boa, não é o mais importante. Vasco Raposo, outro sócio, deixa bem clara a sua visão: “Não é a nossa ambição ser um grupo grande. Queremos ser um grupo de qualidade”.
A ideia de expandir a marca para Cascais surgiu de uma situação curiosa. No pico da pandemia de Covid-19, o Pasta Non Pasta teve de adaptar o seu modelo de negócio. Uma das formas de o fazer foi através de serviços take-away, onde introduziram os Kits Pizza, ainda disponível esporadicamente. Esta dinâmica foi um sucesso em Lisboa, mas repararam que também havia muitos pedidos a vir da linha, o que lhes deu a entender que já havia uma comunidade cascalense pronta para acolher um novo restaurante do grupo. Agora que abriram, não demorou muito tempo até já terem clientes habituais: só um já pediu comida para casa dez vezes.
A disposição da sala teve de ser repensada depois de os proprietários do local comprarem a loja adjacente, duplicando o tamanho original previsto. Assim, este é o maior dos três restaurantes Pasta Non Basta, com uma capacidade máxima de 100 pessoas, com 50 lugares no interior e 50 lugares na esplanada. A entrada no espaço é chamativa e a primeira característica com que se vai deparar é a vista para a cozinha, onde se trabalha arduamente para levar um pedaço de Itália à sua mesa.
Uma das coisas que mais chama à atenção é a utilização do vermelho e turquesa, tanto nos bancos como nas paredes. A estrutura está coberta com placas metálicas com imagens coloridas de bebidas, vegetais e tantos outros elementos conhecidos da comida italiana. E toda esta cor sobressai com a imensidão de luz natural que entra pelas janelas do restaurante, deixando a atmosfera ainda mais leve numa sala já espaçosa. Tudo isto traduz-se num ambiente tranquilo e confortável, que já nos deixa preparados para o tipo de experiência que se vai seguir.
“O restaurante Pasta Non Basta nasce de uma família para as famílias, trazendo consigo a essência de que partilhar à mesa é cuidar uns dos outros. Em cada refeição, os clientes são recebidos pelo barulho alegre e pelas cores vibrantes que só a comida italiana pode proporcionar. Neste espaço, onde cada prato é uma celebração, o objetivo é que todos se sintam em casa”, refere a empresa.
“Mais do que um restaurante, o Pasta Non Basta é um convite para viver momentos inesquecíveis, onde a qualidade nunca é comprometida”. Esta declaração dos responsáveis pelo espaço não é se não fidedigna. Desde logo, fomos recebidos pelos empregados e sócios com um sorriso acolhedor e quase familiar, como se já fôssemos amigos de longa data. Ainda assim — temos de confessar — o bellini de pêssego que nos foi oferecido ajudou muito a deixar-nos à vontade para apreciar as cores, sons e aromas com mais tranquilidade.
A experiência da NiC
A ementa é integralmente inspirada na mundialmente famosa gastronomia italiana, produzida com os ingredientes mais frescos. São preparadas diariamente massas frescas e para pizza, de forma artesanal, na cozinha de produção do Grupo Non Basta. Esta foi aberta em 2023, e desde então tem servido como base de operações e de abastecimento para todos os restaurantes da empresa. Grande parte dos vegetais que abastecem a cozinha vêm diretamente da horta do Grupo Non Basta, cultivada em parceria com a associação de cariz social Semear. Esta ligação direta aos ingredientes assegura o controlo de qualidade e o conhecimento de todas as fases pelas quais estes passam até chegar à sua mesa.
Grande parte dos sócios fez várias viagens a Itália e juntaram-se a vários chefs italianos para aprender como fazer a comida do país da melhor maneira. E, aliás, sente-se esse esforço em cada garfada. Mesmo uma pessoa que nunca tenha ido a Itália nota a diferença e a genuinidade do que está a comer em relação a outros tantos restaurantes do mesmo género. E grande parte dessa perceção é transmitida pela simplicidade: nenhum prato tem demasiados ingredientes, mas os suficientes para garantir o melhor equilíbrio de sabores possível. Ainda assim, no Pasta Non Basta não se acanham em experimentar e a conjugar elementos cuja união poderia ser vista como fora da caixa.
Para abrir o apetite, começámos a nossa degustação das entradas com duas novidades na ementa. A salada de tomate, burrata e manjericão (12,5€) apresentou-se leve e saborosa, com o queijo a harmonizar os restantes ingredientes. Já o carpaccio de vitela (12€), com burrata, arugula, vinagrete de mostarda e malagueta, foi um dos nossos favoritos. Para os amantes de comida mais picante, não é uma entrada que passa despercebida, mas consegue garantir um balanço ideal de intensidade, fazendo-se notar lentamente e sem o levar a pegar num copo de água para aliviar o seu palato.
Ainda nos antipasti, a bruschetta de abacate e camarão (9,5€) é uma combinação improvável, não deixando de ser agradável. A burrata com pesto (14€) faz-se imediatamente notar pelo sabor inconfundível a pistácio, que harmoniza suavemente com o tomate, os pimentos e a já habitual burrata. Também pode provar a focaccia à genovesa (6,5€), os camarões com alho e tomate cherry (14€) e as almôndegas caseiras (14€), entre outras opções.
A refeição não estaria completa sem algo para beber. As opções de vinho e bebidas da casa eram várias, mas optámos por experimentar duas sangrias. A de morango é a permanente, com um sabor doce e fresco, ideal para partilhar com amigos. Mas foi à sangria sazonal que nos rendemos. Esta é à base de polpa de pêssego e tivemos alguma dificuldade em parar de beber.
Além destas opções, o restaurante adaptou a sua carta para oferecer bebidas sem álcool, indicadas tanto para adultos mais responsáveis como para jovens curiosos. Caso queira beber só um cocktail, poderá sentar-se ao balcão do bar e provar misturas clássicas e de autor.
Nos pratos principais, não podia deixar de estar presente a famosa carbonara (14,8€), cozinhada de maneira tradicional. Os raviolis com molho romesco (14,5€) são uma novidade no menu e uma agradável surpresa. O recheio é feito com pimentos assados e amêndoa, um dos favoritos entre os sócios (e nós também).
Já o gerente do restaurante recomendou-nos o penne al pesto com camarão (16€), que se revelou um must try para quando cá quiser vir. O pappardelle alla bolognese e o risotto de tomate e burrata (ambos a 12,5€) também são opções muito saborosas, simples e equilibradas. Tem ainda para escolher outras opções tradicionalmente italianas, como o gnocchi (13,5€), spaghettoni de trufas (17€) e, porque não podia deixar de marcar presença, a lasanha (14€).
Poderá ter alguma dificuldade em escolher uma pizza para a sua refeição, mas ficará bem servido com qualquer uma, todas com massa fina e estaladiça. Numa seleção de 17 pizzas, há de tudo, entre opções mais simples, como a Margherita (12€), até às mais características da casa, como a Memória (14,5€). Esta última é uma recomendação para os apreciadores de picante, usando nduja, um enchido italiano feito com porco e especiarias.
No final, serviram-nos duas variantes de tiramisù da casa: a tradicional e a de limão (ambas a 6,5€). A primeira já é considerada uma especialidade, sendo inclusive apelidada de Tiramisù Non Basta. É o único elemento comum às ementas de todos os restaurantes do grupo. E não é para menos: o uso de pó de cacau dá ao doce uma necessária amargura, impedindo que este se torne enjoativo. A variante de limão combate esta questão com acidez e frescura, tornando-a uma sobremesa surpreendentemente leve e refrescante, ideal para comer em dias quentes.
Carregue na galeria para conhecer algumas imagens do espaço e dos pratos servidos no Pasta Non Basta de Cascais.