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Jovens chefs do Estoril querem conquistar a BTL com receitas à base de algas portuguesas

Alunos da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril criaram o e-book "Algas à Portuguesa", apresentado a 1 de março.
Ovos recheados com alfaces do mar.

À primeira vista, poderá parecer-lhe estranho criar pratos típicos da gastronomia portuguesa com algas. A verdade é que este ingrediente tem suscitado, cada vez mais, interesse e curiosidade por parte da indústria alimentar. Tanto que foi lançado um livro de receitas onde as algas são as protagonistas, criado pelos alunos Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE). 

O e-book “Algas à Portuguesa” apresenta propostas de pratos tradicionais reinventados com algas da costa nacional. A forte ligação de Portugal ao mar é, desde sempre, traduzida também na gastronomia. Além do peixe e do marisco, há muito mais por explorar. “Estes estudantes reconheceram não só o potencial culinário das algas marinhas, mas também o seu papel fundamental num sistema alimentar sustentável”, podemos ler no prefácio do livro.

A mesma referência sublinha a riqueza nutricional deste ingrediente. “Repletas de vitaminas, especialmente B12, minerais como iodo e antioxidantes, e certos tipos de algas marinhas oferecem uma rica fonte de ácidos gordos, normalmente associados aos peixes. É um ingrediente de baixo teor calórico, mas com alta densidade de nutrientes essenciais, o que o torna um componente valioso para dietas equilibradas”, refere a obra.

Os alunos da licenciatura em Produção Alimentar em Restauração quiseram arriscar e demonstrar como é possível “elevar a outro nível pratos típicos como chicharros fritos, migas de feijão, farófias ou arroz doce”, refere a escola.

Desde entradas a pratos principais, passando também pelas sobremesas, todas as receitas têm origem em diferentes zonas do País, como Açores, Algarve, Beira Interior, Beira Litoral, Estremadura, Madeira, Minho e Douro, Ribatejo e Trás-os-Montes. Já pensou provar pastéis de Chaves com chorão do mar? Bacalhau no forno com pão de centeio e algas marinhas? Ou terminar a refeição com pão de ló de Ovar com alga Kombu? Estas são apenas algumas das propostas originais. 

O livro conta também com experiências gastronómicas, sob o tema “Ação do Homem e Bioinspiração”, dos alunos do Mestrado em Inovação em Artes e Ciências Culinárias, da ESHTE. 

Apresentação na BTL 

Pela relevância que acreditam ter este trabalho, os alunos da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril vão apresentar o e-book “Algas à Portuguesa” na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que acontece entre os dias 28 de fevereiro e 3 de março na FIL (Feira Internacional de Lisboa), no Parque das Nações. 

A obra será apresentada pelo docente Gilberto Costa, no dia 1 de março, sexta-feira. A compilação de receitas de inspiração portuguesa, reinventadas com algas da costa, promete captar a atenção de todos aqueles que estiverem presentes na conferência da RIPTUR — Inovação e Sustentabilidade no Turismo. 

“Estas receitas desenvolvidas pelos alunos desempenham um duplo papel: primeiro, revelam o potencial inexplorado das algas marinhas na gastronomia portuguesa e em segundo lugar, atuam como ferramentas de desmistificação. Ao integrar algas marinhas em pratos familiares, tornam o ingrediente acessível, rompendo noções pré-concebidas e hesitações”, referem os professores e coordenadores do projeto, Gilberto Costa e Ricardo Bonacho.

“Enquanto estamos à beira de uma nova era na sustentabilidade alimentar, os esforços destes jovens chefs representam mais do que apenas inovação culinária. Eles sinalizam uma mudança na nossa relação com os nossos oceanos, demonstrando que com engenho e respeito pela tradição, podemos criar um sistema alimentar que seja ao mesmo tempo sustentável e delicioso”, concluem os coordenadores.

A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril estará ainda representada, no evento, pelo docente Miguel Brito, que irá apresentar o “ReWo — From Research to Working Life”, um projeto Erasmus+ que procura encontrar as melhores práticas para aplicar e implementar os resultados da investigação sobre turismo, na futura vida profissional dos anos. O objetivo passa por conectar os alunos com representantes da indústria do turismo, motivando-os a apresentarem desafios reais aos estudantes, para que estes os desenvolvam nas teses finais de curso, transferindo-os posteriormente para a prática.

Carregue na galeria para conhecer alguns dos pratos criados pelos jovens chefs. 

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