A paixão pela cozinha sempre esteve muito presente na vida de Elisabete Cabral. “Com o passar dos anos, descobri que a cozinha me transmite tranquilidade. A par disso, comecei a inventar receitas e a ganhar mais experiência”, começa por explicar a cozinheira de 45 anos.
O seu percurso começou como empregada doméstica, há cerca de 17 anos, onde se dedicava à limpeza e preparação das refeições para duas casas de família. Foi essa escolha que despertou a paixão de Elisabete pela cozinha, uma vez que, mesmo nos seus tempos livres, optava por estar estar entre tachos e panelas. “Passo os dias a reinventar receitas dentro da gastronomia portuguesa e cabo-verdiana, até porque sempre tivermos a tradição de comer em casa”.
A pouco e pouco, Elisabete começou a acreditar que poderia abrir o seu próprio restaurante, embora soubesse que, antes disso, teria de ganhar experiência nesta área. “Tinha a certeza que não queria seguir a carreira de empregada doméstica, então experimentei a cozinha e adorei”, conta. Esta experiência durou apenas um ano. “Na minha mente, tinha o plano de abrir o meu negócio aos 50 anos. Era a idade perfeita para ganhar experiência e depois avançar sem medos. Mas a verdade é que a vida trocou-me as voltas”.
O plano de Elisabete passava por regressar a Cabo Verde, de onde é natural, para aí abrir o seu restaurante familiar centrado na gastronomia portuguesa. No entanto, a nível de oportunidades de negócio, as perspectivas não eram animadoras, o que a levou a permanecer em Cascais. A cozinheira chegou a Portugal com apenas 19 anos, em busca de uma vida melhor para si e para os seus filhos. Em Portugal, a sua casa sempre foi no concelho de Cascais.
No entanto, Elisabete e a sua família tiveram a oportunidade de concretizar o seu sonho, cinco anos antes do previsto. A Cozinha da Betty ganhou vida em Tires, a 9 de maio. “Surgiu esta oportunidade e decidi arriscar. O conceito é focado em comida tradicional portuguesa e cabo-verdiana. “Tinha de ter ambas as vertentes porque só assim é que me sinto completa”.
“Em Cascais já existe o conceito de cozinha portuguesa, mas há uma grande falha para quem procura outras propostas, como é o meu caso, com pratos africanos”. A verdade é que esta junção para a família foi natural, uma vez que não faria sentido deixar Portugal de fora dos pratos. Desde a visita ao espaço até à abertura passaram apenas 15 dias, período durante o qual foram realizadas todas as obras necessárias. No total, o restaurante tem capacidade para 46 pessoas sentadas.
A ementa varia diariamente e é possível encontrar menus completos por 12€, que incluem entrada, bebida, sobremesa e café. Durante a semana, o menu inclui opções da cozinha portuguesa, como dourada grelhada, bitoque no prato, hambúrguer (no prato ou no pão), prego (também no prato ou no pão), robalo grelhado com legumes, salmão grelhado com legumes salteados, tiras de chocos ou ainda febras grelhadas.
Aos fins de semana poderá finalmente provar alguns pratos africanos, como cuscuz, feijoada, galinha caipira ou borrego guisado. Esta oferta fica ainda mais completa aos domingos, altura em que há sempre cachupa. Todos estes pratos estão incluídos dos menus de almoço. Caso prefira pedir take-away, o valor desce aos 8€ por apenas o prato.
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