Nos dias de hoje, poucos são os jovens que, aos 30 anos, se podem orgulhar de ter criado um negócio de sucesso. Salvador Vargas, que nasceu e cresceu em Cascais, faz parte desse grupo não com um, mas com dois restaurantes situados no concelho. Depois do Sacas da Marina de Cascais, na passada sexta-feira, 22 de novembro, abriu um espaço com o mesmo nome no Mercado da Vila.
O mais recente é “bastante maior e com um conceito completamente diferente”, segundo o responsável. “O Sacas da Marina de Cascais foi um projeto que começou com mais calma, porque só tinha 21 anos. Na altura, queríamos atrair os jovens e, por isso, servíamos pizzas, hambúrgueres, saladas e uma linha de pregos. Foi a loucura quando abrimos”, conta à NiC.
Agora, numa nova morada, Salvador quer “acompanhar” a sua geração, “subir a faixa etária dos clientes do Sacas e dar o salto”. Mas não vai sozinho. “Isto é um projeto familiar, do grupo Vargas. Como o meu pai sempre esteve ligado à área da Hotelaria, também me senti envolvido e sou apaixonado por isto. Desde miúdos, eu e a minha irmã, tivemos muito contacto com todos os processos que um restaurante tem até chegarmos ao cliente. Ia muito para a cozinha, sempre adorei descarregar as compras e ver tudo”, conta.
Salvador concluiu o curso de Gestão Hoteleira na Universidade Europeia, em Lisboa, há oito anos. Juntamente com o diploma, chegou um desafio proposto pelo pai, Pedro Vargas, de 57 anos. “Mal acabei a faculdade, o meu pai veio ter comigo, propôs-me que abríssemos um restaurante e aceitei”, conta o gestor. A irmã, Mónica Vargas, de 32 anos, “tinha estudado design, veio de Londres e juntou-se ao projeto. Toda a parte da imagem e também da ementa, é obra dela”.
O negócio no espaço da Marina de Cascais correu “sempre muito bem”, com exceção do período da pandemia, no início de 2020. No entanto, o que se seguiu foi muito bom para o restaurante da família Vargas. “A Marina sofreu uma remodelação boa e a marca deu um boom. Sempre consegui atrair muita gente jovem de Cascais e amigos, e as coisas começaram a desenvolver-se”.
Na realidade, desenvolveram-se de tal maneira, que Salvador sentiu que o espaço estava a “ficar muito pequeno”. Foi nessa altura que surgiu a ideia de abrir um novo Sacas. “Como sempre quis evoluir na área da Hotelaria, agarrámos na marca, melhorámos um pouco a carta e criámos um restaurante no Mercado de Cascais”, explica.
Com uma sala de jantar com cerca de 110 metros quadrados, as instalações do novo espaço têm, também, uma zona exterior. Ao todo, o restaurante tem capacidade para 120 pessoas, divididas entre a sala interior e a esplanada. Houve ainda outra mudança muito significativa: o menu.
“Continuamos com a mesma linha em termos de carta, mas em menor número. E acrescentámos alguns bifes. Temos um chuleton ótimo de 800 gramas, que tem sido a loucura, e também um lombo solomillo. Temos, ainda, uma linha de peixe, com bifes de atum e lombos de robalo espetaculares. E umas entradas muito giras, então já chega a outro tipo de público, outra faixa etária”, diz.
Se estiver a pensar visitar o Sacas no Mercado da Vila, poderá pedir o chuleton, uma carne de osso grelhada e servida com dois acompanhamentos, que dá para duas pessoas e custa 48€. Outra das opções recomendadas pelo proprietário, o solomilo, custa 28€.
Na verdade, o Sacas é um espaço obrigatório para quem é fã de carne. “Temos um bitoque da vazia que custa 15€, um bife com natas, um bife trufado com cogumelos e natas, bife grelhado também, lagartos de porco preto, todos servidos em doses generosas. Nos últimos dias percebemos que passámos para outro nível e que, em vez de termos um espaço apenas para petiscar, passámos a ter um restaurante onde as pessoas vão e querem ficar mais tempo”, conta à NiC.
Para quem não consegue resistir a um doce, as opções incluem tarte de brigadeiro caseira, tarte de amêndoa ou crepes com chocolate, que vão dos 4€ aos 7€. Poderá experimentar, ainda, as sangrias da casa (a 20€), e os espumantes de fruta com sabores como pêssego, côco, ananás. A carta de vinhos também foi alargada.
No novo espaço, Salvador refere já ter umas “mesas à maneira”, uma garrafeira e sangrias “ótimas”, e a possibilidade de colocar música e atrair mais pessoas ao fim de semana. Determinado a voar ainda mais alto, o jovem não pára. “Recebo as pessoas, sirvo às mesas, faço tudo e, se for preciso ir para a cozinha, também vou. O meu pai sempre me disse que, para mandar, tenho de saber fazer”, sublinha.
Carregue na galeria e veja imagens do novo restaurante que abriu no Mercado da Vila de Cascais.