Ao longo dos anos, a experiência de beber café foi mudando. Passámos de tomá-lo por necessidade e alargámos esse hábito a um momento de prazer e tranquilidade. O expresso, ainda que seja muito comum, foi dando espaço aos cappuccinos, cafés macchiato, sendo que as cafetarias modernas se transformaram em grandes locais de convívio ao estilo americano.
Porém, um spot para beber café não tem de estar parado num sítio. E é aqui que surge o “Bike Café”. Popular em alguns países europeus, este conceito é simples: uma loja de café, totalmente equipada, montada em cima de uma bicicleta. O modelo foi um sucesso, ao ponto de se ter tornado numa empresa. A Coffee Bike, sediada em Osnabrück, na Alemanha, conta com mais de 250 bicicletas e 30 empregados.
A boa notícia é que não precisa de entrar num avião para viver esta experiência. Em breve, vai poder fazê-lo em Cascais. O projeto do “Bike Café” chega este mês ao Mercado da Vila pelas mãos de Aryelle Bastos.
A proprietária brasileira tem 38 anos e é gestora de marketing e publicidade numa empresa em Lisboa. Nos tempos livres, pratica triatlo. Veio para a vila há cerca de dois anos e meio, para vir ter com o marido, que já trabalhava no Porto.
“Vim para Portugal, porque o meu marido já viveu aqui e ele precisou de regressar na pandemia. Ele já não aguentava mais ficar lá no Brasil, porque adora este país, então, para estar com ele, mudei-me também”, conta à NiC. Aryelle é casada com Thiago Carvalho, proprietário do Senhor Barbeiro, em Oeiras. Pode saber mais sobre este espaço neste artigo da New in Oeiras.
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A empreendedora chegou à vila com um sonho: abrir uma cafetaria. Há vários anos que frequenta alguns espaços deste tipo e fica maravilhada com o movimento, as relações criadas e o gosto que as pessoas têm no ato de beber café. Porém, considera que a experiência vai muito para além de deitar café para uma chávena. Refere que se trata de “viver o momento”, acrescentando ainda que este vai ser um dos motes usados para a comunicação do seu novo negócio.
Assim, para Aryelle, a sua loja não podia ser como outra qualquer. Depois de várias pesquisas, chegou ao conceito que lhe pareceu mais apelativo, em grande parte pela sua proximidade com o público, a componente sustentável e o facto de ser algo fora do comum. “É mesmo diferente, tem um conceito visual bastante apelativo, as pessoas acham engraçado. E, como não queria ter uma cafetaria tradicional, a bicicleta veio a calhar e pensei que essa seria mesmo a melhor opção”.
O The Happiest Coffee vai funcionar como uma cafetaria normal, com máquina, moinho e balcão de atendimento. Contudo, o serviço é exclusivamente em regime de take-away, não havendo mesas ou cadeiras. Também não serão servidos pequenos-almoços.
O projeto entra em soft opening na próxima quarta-feira, 28 de agosto, no Mercado da Vila. Aryelle vai estar no seu Bike Café às quartas-feiras, sábados e domingos, entre as 9 e as 17 horas.
O que pode esperar do The Happiest Coffee
Nesta fase inicial, só vai existir uma variedade de café à venda. “O café com o qual vou trabalhar é o da Serra do Caparaó. É uma região montanhosa entre o Espírito Santo e Minas Gerais, no Brasil”. Estes grãos são muito bem cotados entre os cafés de especialidade, com presenças frequentes em festivais da bebida brasileiros, acumulando até alguns prémios em concursos.
No espaço, poderá encontrar expresso, duplo, americano, macchiato, entre outros. Para combater o calor, também vai vender opções mais frescas, como iced latte e iced coffee. Os preços vão desde 1,50€ (expresso) aos 3,50€ (iced latte).
A responsável tem plena consciência de que um café curto a 1,50€ seria considerado um valor elevado comparado com outros estabelecimentos mais tradicionais, mas acredita que a qualidade justifica o preço.
Além das bebidas, estão à venda cookies e brownies, ambos vegans e sem glúten. “Cada vez há mais pessoas com estas características e uma maior procura por produtos deste género”. Existem duas variedades de cookies: as simples (3,50€) e as recheadas (3,90€), o mesmo preço dos brownies.
Todos os produtos e fornecedores de Aryelle para este Bike Café são de origem portuguesa, incluindo a bicicleta. O café vendido é importado pela Torra, uma empresa de roasting sediada em Alcântara. Além da variedade Caparaó, estarão disponíveis outros cafés provenientes do Brasil, Colômbia, Etiópia e Burundi.
Ainda que tivesse a possibilidade de escolher fornecedores estrangeiros, escolheu manter-se fiel ao País que a acolheu: “Quando pesquisei, surgiu a oportunidade de ter um fornecedor da Polónia, mas pensei que não fazia sentido procurar um externo num país como Portugal, que me abriu tantas portas”, conclui.