Estar no palco e ser o centro das atenções não é algo novo para a cascalense Inês Andrade Rocha. A jovem de 22 anos foi eleita Miss Galaxy Portugal e, em agosto, foi a representar a Europa no concurso internacional, nos Estados Unidos. Numa conversa com a modelo sobre esta distinção, descobrimos que tem um passado ligado à televisão. Quando era pequena, cantou com a Floribella, tinha um quadro próprio num programa da SIC e, mais tarde, revelou um talento escondido no “Got Talent Portugal” da RTP1.
Em abril deste ano, a modelo portuguesa foi eleita Miss Galaxy Portugal 2023, numa gala que decorreu no Casino Estoril. O concurso de beleza foi criado no Reino Unido e chegou ao nosso País em 2019, por iniciativa de Jenny McLoughlin e Joana Martins, modelos e diretoras do projeto. É considerado um “concurso que dispensa medidas perfeitas e requer solidariedade social”, e foram precisamente essas características que fizeram Inês Andrade Rocha inscrever-se.
No entanto, para chegarmos a este momento, há que voltar atrás e perceber como tudo começou. Para isso, regressamos à infância de Inês, passada à frente das câmaras. Despertou para o mundo das artes quando, aos quatro anos, assistiu a um concerto da Floribella. O seu entusiasmo chamou a atenção da artista, e acabou no palco, a cantar com Luciana Abreu. Depois disso, foi convidada para participar num programa da SIC, ao lado de Nuno Graciano e Rita Ferro Rodrigues.
“Quando era miúda, dos quatro aos oito anos, participei no programa ‘Contacto’, era madrinha do Espaço Floribella, chamava-se ‘Cantinho da Inês’ e era um espaço de talentos. Acabei por ter contacto com a televisão desde cedo, mas depois dediquei-me mais aos estudos, por imposição dos meus pais, e ainda bem que o fizeram”, conta.
Apesar de tudo, o bichinho artístico já estava instalado e no 10.º ano quis entrar para a Escola Profissional de Teatro de Cascais, com o desejo de, um dia, se tornar atriz. “Ao mesmo tempo, comecei a juntar a moda e a gostar das brincadeiras que fazia com amigos fotógrafos. Com uns 14 ou 15 anos comecei a trabalhar com agências e aos 16 anos já fazia trabalhos para marcas, com desfiles realizados, por exemplo, para a Penhalta e para a Micaela Oliveira. Quando estava a fazer o meu trabalho final de curso, surgiu o convite de um amigo fotógrafo que me falou no Miss Galaxy”.
O concurso tem três escalões: o Miss Junior Galaxy dos 11 aos 14 anos, o Miss Teen Galaxy dos 15 aos 18 anos e o Miss Galaxy Portugal dos 19 aos 28 anos. A primeira vez que Inês participou, em 2019, tinha 17 anos. “Não tinha a mínima consciência ao que ia, mas interessei-me por este concurso em particular porque não existiam parâmetros físicos restritos como se vê noutros concursos do género. Isso fascinou-me”, sublinha.
Segundo a organização do Miss Galaxy, ali “não há restrições de altura ou de tamanho corporal e, ao contrário da maioria dos concursos, as candidatas podem ser mães ou casadas”. Acabou por ficar em terceiro lugar no Miss Teen Galaxy desse ano, mas venceu o combate à fraca autoestima que a acompanhava desde que sofreu bullying. “Vi neste concurso uma oportunidade de olhar para mim de outra forma”, garante a jovem modelo.
O concurso permitiu-lhe viver também outro sonho: o de viajar para o outro lado do mundo em trabalho. Já com 18 anos, foi para a China onde ficou durante 20 dias a conhecer a cultura daquele país e a representar o seu próprio. Na altura, acabou por ganhar títulos como Miss Popularity e Miss Friendship.

Quatro anos depois, decidiu voltar a concorrer, já no escalão de adulta e agenciada pela SeaAgency, de Rodrigo Nabarros. Desta vez, para sua própria surpresa, conquistou o primeiro lugar. “Decidi participar outra vez e ganhei. Em agosto fui representar a Europa aos Estados Unidos da América e fiquei a 0,4 pontos da vencedora. Acabei por conquistar os títulos de vestido evening, desfile de biquíni e o segundo lugar de Miss Fotogenia. No próximo ano, serei eu a entregar a coroa à próxima Miss Galaxy Portugal”, afirma.
Da experiência fica “um orgulho imenso em representar Portugal. Eram 20 ou 30 meninas a concorrer no mesmo escalão. Acabou por me dar mais confiança, melhorar a minha autoestima, melhorar a comunicação, foi uma grande evolução interna”, confessa.
O concurso tem também uma forte vertente solidária. Além de ser parceiro da Fundação Infantil Ronald McDonald, desafia as concorrentes a praticarem também ações de solidariedade e beneficência. Inês garante que, hoje em dia, a solidariedade faz parte do seu modo de vida. Já entregou roupa a pessoas carenciadas, tomou conta de miúdos com deficiência, visitou e animou lares de idosos.
À NiC garante que adora esta área da moda, e continua a realizar trabalhos fotográficos, mas confessa que já tem a sua dose de concursos de beleza. No futuro, quer dedicar-se ao sonho de ser atriz. A par da representação e da moda, vai realizando outros trabalhos. É babysitter e petsitter em Cascais, onde vive, realiza ações para marcas, tem uma “micro empresa de eventos”, faz festas de aniversário e, também, depilações a cera num salão de beleza.
Como se todas estas vertentes não bastassem, Inês têm ainda um grande talento escondido. Apesar de cantar bem e tocar bateria quando decidiu, em 2022, participar no concurso da RTP1, “Got Talent”, a sua atuação surpreendeu tudo e todos. A jovem decidiu fazer beatbox. O jurado Manuel Moura dos Santos até lhe chamou “Beatboxer chic”.
“Vi um vídeo de alguém a fazer beatbox quando tinha uns cinco ou seis anos e achei incrível. Fui sempre experimentando fazer para aprender, de forma amadora, em brincadeiras. Decidi levar essa atuação ao ‘Got Talent’, para mostrar que as mulheres também o podem fazer. Queria mostrar que é possível estar ali uma mulher a fazer beatbox. E incentivar quem estivesse a ver que não há que ter vergonha de expor os nossos talentos”, conclui.
Pode seguir a modelo no Instagram e carregar neste link para ver a atuação no “Got Talent”. Na galeria vai encontrar algumas fotografias de trabalhos da modelo e da participação no concurso de beleza.

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