Se lhe perguntássemos o que é que fez nos tempos de adolescente, com certeza que as respostas seriam de todos os tipos, apontando atividades como estudar, sair com os amigos, praticar desporto, entre outras. É uma fase em que muitos jovens não têm ainda certeza sobre o percurso profissional que querem seguir. Pelo contrário, aos 15 anos Lourenço Amaral já estava a fundar uma marca de roupa.
Com peças desenhadas pelo próprio, a Shot Wave é hoje um negócio de sucesso, segundo o fundador, atualmente com 25 anos. Prova disso é que a marca online ganhou um espaço físico no CascaiShopping. A loja — ou quiosque, como Lourenço refere — abriu no dia 15 de setembro. Por lá, só vai vai encontrar um dos artigos da marca: os famosos hoodies (camisolas com capuz), feitos à mão em Portugal.
À New in Cascais, Lourenço explica o motivo desta decisão: “Se as pessoas abrirem o nosso site, vão ver que os artigos estão todos esgotados, logo, as hoodies são as únicas peças que os clientes podem comprar sempre, no shopping. Quis seguir o modelo adotado por marcas como a Rolex e a Supreme e tornar o meu produto raro”.
No espaço, estão disponíveis oito modelos de camisolas, que diferem na cor, no tecido e no preço. Produzidas na Amaral Factory, uma fábrica de têxteis que Lourenço abriu há cinco anos, as camisolas da coleção consideradas peças standard podem ser adquiridas por 129€. Já as premium, feitas a partir de um material de “maior qualidade”, chegam aos 149€.
Segundo Lourenço, a loja tem tido muita procura, desde o dia da inauguração. “O público de Cascais é muito bom. Não só temos clientes portugueses com mais posses, como 70 por cento dos compradores são estrangeiros, que geralmente não olham para o preço dos artigos”, sublinha.
O dia da inauguração já fazia prever o que se seguiria. “No lançamento do espaço, tivemos uma fila de mais de 300 pessoas, algumas desde as 8 horas da manhã, que já chegava às escadas rolantes do centro comercial”. Nesse dia, Lourenço, que é natural de Cascais, onde vive a família, surpreendeu os pais.
“Eles já conheciam a marca online e a fábrica e sabiam que fazia sucesso, mas não lhes disse nada. A família costuma ir várias vezes ao CascaiShopping, desde que eu e as minhas irmãs éramos bebés. No dia da inauguração, combinei um almoço em família no centro comercial e fiz-lhes a surpresa. A minha mãe chorou imenso”, contou à NiC.
O crescimento da marca
Pouco tempo após o lançamento, a marca começou a ganhar visibilidade no Instagram e as vendas começaram a crescer não só em Portugal, mas também noutros países na Europa. O sucesso ditou que o jovem empreendedor investisse, então, numa fábrica de têxteis. “Foi pensada para assegurar o meu futuro, porque ainda sou novo e a popularidade pode desaparecer de um dia para o outro. Mas é engraçado, aos 15 anos desenhei as minhas primeiras peças e fundei a marca, com amigos e sem a ajuda dos meus pais. Aos 20 abri uma fábrica e aos 25 a primeira loja física, no CascaiShopping”, conta.
Com um negócio online já estabelecido, Lourenço “não precisava de abrir um espaço físico”, e a verdade é que esteve quase a não acontecer. “Para ser sincero, ia comprar um super carro no início deste ano. No momento em que estava a fazer o test drive, recebi uma chamada da SONAE a perguntar se estaria interessado em abrir a loja no CascaiShopping. Nessa altura, peguei nos fundos que ia aplicar no carro e investi no quiosque”, conta à NiC.
“Falei com o arquiteto que trabalha com marcas como a Emirates e a Apple, que desenhou um espaço lindo e decidi ver como é que corria. Até agora está a ser um sucesso, mas é muito difícil chegar ao nível do online, até porque num espaço físico só consigo fechar duas vendas de cada vez. Ainda assim, cada um dos negócios tem capacidade para se sustentar a si próprio”, revela.
No online, 70 por cento do público da Shot Wave é estrangeiro e as vendas acontecem a uma velocidade “impressionante”, segundo o próprio. “Trabalhamos muito com edições/peças limitadas, os ‘drops’ rápidos, que, geralmente, esgotam em segundos ou minutos. Os miúdos ficam à espera que os artigos fiquem disponíveis e acabam por esgotá-los em pouco tempo. Até há uns que conseguem comprar, para depois venderem num mercado secundário ao triplo do preço”.
Apesar do gosto pelo design, Lourenço considera-se “um homem de negócios”. Chegou a entrar no curso de Direito, mas não o concluiu. Neste momento, o jovem quer aventurar-se noutros mercados, como o Dubai e admite: “já tive propostas para vender a marca, mas acredito que ainda posso fazê-la crescer muito mais”.
Carregue na galeria e veja as camisolas disponíveis na loja do CascaiShopping.