No final do século XIX, o rei D. Luís I construiu uma residência de verão na Vila de Cascais. Inspirados pelo monarca, vários nobres decidiram erguer palácios e chalés espalhados pela costa, tornando o Estoril num dos locais favoritos da família real, dos aristocratas e da alta sociedade para passar férias.
Atenta à chamada “Riviera Portuguesa”, Benedita Alves de Mello, uma portuguesa que enriqueceu no Brasil graças ao comércio do café, escolheu a zona para regressar a Portugal. Estávamos em 1911 quando foi construída a Villa de São Paulo, inspirada na maior metrópole do Brasil.
A propriedade, constituída por dois edifícios — o palácio e o anexo do jardim — inclui vários painéis de azulejos antigos sobre a descoberta portuguesa do Brasil, incluindo o primeiro serviço católico no Brasil, no ano de 1500. Apesar dos sinais de desgaste, os detalhes foram resistindo ao teste do tempo.
Após vários anos a servir como local de excelência para casamentos à beira-mar, a história da moradia está prestes a entrar num novo capítulo. A Villa de São Paulo, em São João do Estoril, está a ser vendida por 14,5 milhões de euros no site da Sotheby’s Realty Estoril.
“É uma excelente oportunidade tanto para investidores interessados em criar um boutique hotel, como para famílias à procura de uma residência permanente, embora necessite de algumas intervenções”, explica o grupo. “A sua proximidade a todos os serviços essenciais e acesso rápido à autoestrada A5, faz desta uma escolha ideal.”
Um dos principais atrativos é a vista. Posicionada numa falésia diretamente virada para o Oceano Atlântico, a propriedade tem apenas 50 degraus a separá-la da Praia da Poça, por exemplo. Além disso, conta com um terraço e jardim viradas para a baía de Cascais, onde se pode ver e ouvir o mar.
O palacete de quatro pisos, cada um com cerca de 200 metros quadrados, conta com 10 quartos, sete casas de banho, uma piscina interior e vários salões de estar elegantes — dedicados a atividades como leitura, música, refeições a lazer.
Visto de fora, o estilo arquitetónico ainda reflete combinação de influências tradicionais portuguesas e internacionais, característica das construções da primeira metade do século XX. Falamos de elementos que vão dos telhados cobertos por telhas de cerâmica aos azulejos decorativos.
As áreas sociais estão distribuídas por cinco salas, no piso principal, além de incluir uma casa de banho e um quarto. Todas as áreas privas têm acesso ao grande terraço aberto de 100 metros, com uma colunata clássica virada para a baía.
Enquanto no piso ao nível do rés do chão existem duas salas, uma cozinha industrial, uma casa de banho e várias zonas técnicas, no primeiro piso estão outros seis quartos, três salas e três casas de banho completas. A master suite também possui uma ampla varanda, com vista mar.
É preciso subir até ao último andar do edifício principal para ter, desta vez, uma vista desafogada de 360 graus. Há ainda mais quatro quartos, três casas de banho completas e uma grande sala de estar com kitchenette.
Embora a moradia esteja despida de todo o recheio, mantêm-se várias constantes no interior. Destacam-se os elementos neoclássicos, como as colunas, e as influências mediterrâneas no uso de arcadas, pátios internos e paredes caiadas de branco.
Soma-se ainda o Edifício Jardim, uma área moderna e multiusos, localizada no pátio da frente. Conta com cerca de 300 metros quadrados e inclui dois dos 10 quartos, além de uma sala multiusos.
Além da história por trás da construção, a Villa de São Paulo mantém a reputação de ter feito parte das preferências de vários organizadores de casamentos. Tinha capacidade de receber eventos para até 96 pessoas sentadas em ambiente interno e 150 convidados sentados numa tenda ao ar livre. Tudo numa vila histórica e ampla.
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