Quando as arquitetas Ana Morgado e Carmo Caldeira começaram a vender candeeiros de papel, o negócio estava previsto durar pouco tempo. No final de 2013, as amigas abriram a pop-up store para angariar fundos para uma organização sem fins lucrativos. O objetivo era apoiar a construção de casas para mulheres pobres, no México.
Após algumas semanas, tiveram uma encomenda para enviar 60 peças para os Estados Unidos e, perceberam, não havia preparação. “Tivemos de tomar uma decisão e perceber se queríamos avançar com uma marca que produz em quantidades maiores, para dar resposta à procura muito rápida”, começam por contar.
Volvida mais de uma década, a Orikomi renasceu com uma vasta paleta de cores, inspirada em tons terra, e várias conjugações possíveis. Os candeeiros de papel são feitos à base de origami e 100 por cento sustentáveis, feitos à base de materiais reciclados e totalmente recicláveis.
Todas as propostas nascem no atelier das fundadoras em Lisboa, que também funciona como um gabinete de arquitetura. O interesse pelo design e pelo artesanato está presente desde que começaram a trabalhar juntas na área.
Se no início tinham apenas candeeiros de teto, a oferta estende-se agora à decoração para a mesa, para as paredes e até há opções do-it-yourself para os mais criativos. Os desenhos lisos e às riscas também ganharam a companhia de artigos com estampados tropicais, florais ou com animais.
Além do foco no handmade, a Orikomi prioriza o uso de papel de alta qualidade, cuja cor tem um tratamento específico para não sofrer alterações. “Ainda não conseguimos encontrar um fornecedor nacional com uma paleta de cores suficiente ou a gramagem certa, mas estamos a tentar”, explicam.
As vantagens passam ainda por promover o baixo consumo de energia, “uma obrigação positiva”, já que os candeeiros só podem ser usadas com LED ou lâmpada economizadora de energia. E não há poluição durante a produção, visto que a produção é 100 por cento manual.
Todo o embalamento também é feito com materiais ecológicos, usando apenas materiais compostáveis e reciclados. Após o fim do ciclo de vida destes objetos, a parte do abajur pode ser colocada no ecoponto.
Um candeeiro passo a passo
Carmo e Ana notaram que os amantes das manualidades sentiam falta de meter as mãos na massa. Então, lançaram opções do-it-yourself para que o resultado possa ser aliado a esta espécie de projeto, onde quem procura um candeeiro de papel possa criar a sua versão passo a passo.
“Criámos opções que vêm com a impressão em papel e um kit de instruções. As pessoas têm tudo, desde os materiais necessários ao tempo estimado de montagem, e só precisam de começar a recortar e a montar de forma rápida e fácil”, acrescentam.
Os modelos podem ainda ser comprados e recebidos na versão PDF, para download, para quem procura uma versão económica. E inclui todos os elementos necessários.
“Sempre achámos que os candeeiros que iam criar mais impacto eram os chamativos, como o tropical”, refere Carmo. “Mas não nos surpreende que os lisos e com cores neutras sejam os mais vendidos. Ao longo do tempo, o branco é o que soma o maior número de vendas.”
Ao mesmo tempo, as arquiteturas apontam a grande procura para os quartos dos miúdos. As peças com uma paleta de cores mais suave, especificamente o rosa e o azul, é um dos pontos fortes da Orikomi.
Agora, as criativas querem apostar no desenvolvimento de mais modelos do-it-yourself para acrescentar aos dois modelos disponíveis. No entanto, sublinham que há um duplo desafio “porque é preciso pensar numa tridimensionalidade que é complexa de criar”, diz.
Sobre a resposta à etiqueta, concluem: “A nível nacional, ainda há o receio de que é apenas um candeeiro de papel, mas há cada vez mais abertura a este mercado. Temos conquistado muita credibilidade entre os portugueses.”
Os candeeiros da Orikomi estão disponíveis no site da marca a partir dos 12€.
Carregue na galeria para ver alguns dos modelos.
