De modo a dar continuidade a “Terra”, a mais recente coleção de Benedita Formosinho, a marca aposta agora num novo produto: o primeiro modelo de calçado. “Queríamos que o primeiro sapato da marca fosse o espelho do percurso. Um símbolo do respeito pelo que nos antecede e do compromisso com o que deixamos enquanto herança para o futuro”, explica Benedita Formosinho, fundadora e designer da marca.
Neste contexto, as sapatilhas Origem procuram refletir as suas raízes através dos materiais selecionados. “A inspiração nasceu ao ver os teares tradicionais onde ainda se faz —em Reguengos de Monsaraz — a manta alentejana. Despertou-me a curiosidade, ao mesmo tempo que nasceu o desenho de homenagear o saber-fazer destes artesãos”.
O que torna esta peça ainda mais especial é a ligação de Benedita ao Alentejo, herdada da mãe. “Gostamos de voltar às nossas origens com as coleções que lançamos”. O primeiro produto foram os casacos, mas a ideia sempre foi alargar a oferta da marca até aos pés.
A manta alentejana é feita manualmente por artesão com várias décadas de experiência “e com a lã, que é considerada um símbolo cultural da autenticidade alentejana”. Podem ser feitos tapetes, cortinados, tapeçarias, e agora também sapatos.
À semelhança de todas as peças de Benedita, a preocupação ambiental continua bastante presente. “Cada par de Sapatos Origem é revestido exteriormente com uma microfibra ecológica à base de milho e poliéster reciclado, forrado por um polímero de milho e com solas feitas a partir de borracha natural de origem botânica e desperdícios de cortiça”.

O modelo é unisexo, a piscar o olho tanto ao público feminino, como ao masculino, e destaca-se por um modelo simples, que procura combinar os tons castanhos e beges invocados pela coleção mais recente, “Terra”. Está disponível online ou na loja em Cascais por 176€ desde o tamanho 36 ao 44.
O design foi pensado para combinar versatilidade e modernidade, sem deixar de lado a tradição. O corpo das sapatilhas é feito da mesma forma que são concebidas as mantas alentejanas, com teares manuais, pela Fábrica de Lanifícios, Fabricaal, em Reguengos de Monsaraz.
Como tudo começou
A relação de Benedita Formosinho com o mundo da moda tem raízes familiares. A bisavó era modista, passos seguidos pela sua avó, que se dedicava à costura. Assim, Benedita cresceu rodeada de agulhas e tecidos, passando horas a entreter-se com os seus desenhos. Esta ligação levou-a, mais tarde, a seguir a área das Artes.
Após concluir o curso de Design de Moda na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, realizou o primeiro estágio no atelier do designer português Ricardo Preto. “Isso deu-me muita clareza sobre o caminho que queria seguir”, salienta. Em 2018, teve a coragem de abrir um espaço da sua própria marca, em Setúbal. Nos sete anos seguintes, o negócio foi ganhando maior dimensão. Em 2021, inaugurou a primeira loja oficial, no Príncipe Real, em Lisboa, e a 20 de maio chegou a Cascais.
Pode visitar o novo espaço no icónico Relógio, o antigo edifício dos Paços do Concelho, no centro da vila. Para quem não conhece, fica na praça 5 de Outubro, junto à Baía de Cascais. “Queremos continuar a aprofundar a nossa história e sentíamos que precisávamos de um local maior para o conseguir fazer. Aqui sentimos isto. Além de ser essencial para a marca estar nestes locais privilegiados”, explica Benedita à NiC.
Carregue na imagem para ver algumas imagens da loja Benedita Formosinho, em Cascais.