A encerrar uma noite memorável de concertos no Coala Festival, em Cascais, foi a vez de Liniker subir ao palco, no Hipódromo Manuel Possolo. A atuação da artista brasileira, a fechar o alinhamento deste sábado, 31 de maio, foi uma das mais aguardadas da noite.
Cantora e compositora, reconhecida nos últimos anos pela sua banda Liniker e os Caramelows, que mistura sonoridades soul, MPB e música negra brasileira. Em 2020, iniciou carreira a solo, “consolidando sua identidade artística e representatividade para a comunidade LGBTQIA+”, destaca o jornal brasileiro “NSC Total”.
À medida que o público se juntava em frente ao palco principal, crescia a expectativa — afinal, os espectáculos da brasileira são conhecidos por serem explosões de energia e carisma. Liniker surgiu às 22h30, para deixar a multidão em êxtase com temas como “Caju”, “Vermelho Marrom” e “Tudo”.
Considerada uma das artistas trans mais influentes do mundo e um símbolo de representatividade para esta comunidade, fez história em 2022 ao ser a primeira artista transexual a conquistar um Grammy Latino. Liniker venceu na categoria “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira” com “Indigo Borboleta Anil”, o seu álbum de estreia, lançado a 9 de setembro de 2021.
“Sou uma cantora, compositora, atriz brasileira. O que aconteceu hoje é marcante na história do meu país. É a primeira vez que uma artista transgénero ganha um Grammy”, sublinhou Liniker no discurso de vitória.
Editado em 2024, o álbum “Caju” impulsionou ainda mais a sua carreira, ultrapassando 100 milhões de reproduções na plataforma de streaming Spotify e tornando-se um símbolo de reflexão, amadurecimento e autoconfiança. O disco valeu-lhe o prémio de “Melhor Álbum” no Prêmio Multishow 2024 e nomeações para “Artista do Ano”, “Hit do Ano” e “MPB do Ano”.
Em “Conversa com Bial”, programa da TV Globo, Liniker revelou que “Caju” foi inspirado numa paixão intensa que durou três dias, vivida durante uma digressão pela Europa, nomeadamente na Irlanda. “Sou uma cantora que escreve sobre as suas paixões desde o ‘Remonta’. Amores curados, mas é sempre uma paixão me trazendo à escrita. Vivi uma grande paixão numa tour na Irlanda, e esse grande amor inspirou-me”, confessou.
O seu repertório inclui ainda sucessos como “Pausa na Tristeza”, “Febre” e “Valudo Marrom”, que lhe garantem mais de dois milhões de ouvintes mensais no Spotify.
Liniker encerrou em grande a primeira noite do festival, mas o Coala ainda reserva grandes momentos para o segundo dia, domingo, 1 de junho, — com atuações de Ney Matogrosso (Bloco na Rua), Xande canta Caetano, Lena D’Água, Timbalada + Afrocidade, Criolo e Bruno Berle.
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