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A peça de Saramago sobre a noite da revolução vivida na redação de um jornal chega a Cascais

A nova versão do espetáculo vai estar em cena em dois espaços do concelho, com Diogo Morgado, Jorge Corrula e João Didelet no elenco.
O elenco e a produção da Yellow Star Company.

A poucas semanas de celebrar os 50 anos do 25 de Abril, muitas são as iniciativas criadas para assinalar a data e, em cima do palco, no teatro, a Revolução dos Cravos também toma forma. “A Noite”, a primeira e única peça de teatro escrita por José Saramago, vai estar em cena em dois espaços culturais do concelho de Cascais. 

A narrativa transporta-nos para a redação de um jornal lisboeta, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, vivida de forma diferente por todas as personalidades que se cruzam naquele ambiente. Saramago dá voz à censura e ao medo, constantemente presentes naquelas horas tumultuosas, onde as incertezas eram muitas, mas a emoção e a esperança de alguns, para verem nascer novos tempos, também ganha força.

O público é guiado pelos conflitos entre administradores e redatores, onde cada personagem assume um lado político diferente, começando pelo chefe de redação submisso aos interesses dos superiores, e o jornalista regional que defende a verdade acima de tudo.

“A rotina vai ser interrompida pela discussão entre o redator da província, Manuel Torres, um jornalista de alma e coração que defende a verdade jornalística acima de qualquer outro interesse, com o chefe da redação, Abílio Valadares, homem submisso ao poder político, que aceita a censura aos textos sem questionar, e que conta com o apoio do diretor do jornal Máximo Redondo”, refere a apresentação da peça. 

“Manuel Torres, que não tolera a ideia de o jornal ser constantemente manipulado por terceiros, está em constante luta ideológica com a chefia, e terá como aliados Cláudia, uma jovem estagiária, e Jerónimo, o linotipista, chefe do turno da noite. O conflito ganha uma dimensão ainda mais dramática quando surge na redação o boato de que poderá estar a acontecer uma revolução na rua. O chefe de redação proíbe que se publique qualquer notícia sobre o tema. A agitação e o nervosismo crescem no seio do jornal, com Torres e Jerónimo a exigirem que se confirme a veracidade dos factos e que os mesmos sejam notícia de primeira página no dia seguinte”, continua a sinopse. 

Por outro lado, o diretor e chefe de redação tentam desvalorizar a alegada convulsão social, recusando imprimir notícias sobre a mesma, alegando uma avaria nas máquinas linotipistas. Instala-se uma micro revolução na redação. Mesmo depois de provados os factos, qual será a verdade que irá vencer?”, conclui. 

“A Noite” subiu ao palco, pela primeira vez, em 1979, e desde então teve diversas adaptações. Em 2024, ganha uma nova versão, produzida pela Yellow Star Company, com encenação de Paulo Sousa Costa e assistência de Luís Pacheco, também protagonista em cena. O elenco é de luxo, com alguns nomes bem conhecidos do público português.

São eles: Diogo Morgado (Manuel Torres, redator da província), Jorge Corrula (Jerónimo, chefe da tipografia), João Didelet (Máximo Redondo, diretor da redação), Luís Pacheco (Valadares, chefe da redação), Elsa Galvão (Esmeralda, secretária da redação), Ricardo de Sá (Pinto, redator desportivo), Henrique de Carvalho (Fonseca, redator parlamentar), Sara Cecília (Cláudia, estagiária da redação) e João Redondo (Faustino, contínuo).

A peça, que vai passar por várias salas do País, começa a digressão em Cascais. Estará na Academia de Artes do Estoril, Edifício Cruzeiro, entre 28 e 31 de março, com sessão marcada para as 21 horas. Os bilhetes custam 25€ e pode comprá-los online.

Regressa, depois, ao concelho, nos dias 24 e 25 de abril, com sessões às 21 e 16 horas, respetivamente, desta vez no Salão Preto e Prata do Casino Estoril. Estes bilhetes custam entre 20€ e 30€ e pode adquiri-los online. Para reservas e mais informações pode contactar o número 938 667 315 e o email bilheteira@nullyellowstarcompany.com. 

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