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Após “As Coisas Que Faltam”, Rita da Nova prepara-se para lançar um novo livro

"Quando Os Rios Se Cruzam" já está no top de (pré)vendas de várias livrarias — e aqui está tudo o que sabemos sobre a história.
A autora está de volta.

Leonor vive na sombra da mãe manipuladora e controladora. O pai está emigrado e tem pouco contacto com ele. É ao lado da progenitora que faz o seu dia a dia. Raramente sai da zona de conforto e todas as decisões que toma são sempre influenciadas por esta mulher que vive os seus sonhos através da filha. Pela primeira vez na vida, Leonor vai sair do ninho e parte para Turim em Erasmus.

É este o ponto de partida para “Quando Os Rios Se Cruzam”, o novo livro de Rita da Nova que vai ser lançado a 17 de abril. Atualmente em pré-venda, já está no top de várias livrarias — e acompanha assim o sucesso de “As Coisas Que Faltam”, a sua obra de estreia, publicada em fevereiro do ano passado.

Quando pensa no êxito que tem alcançado, apenas lhe vem uma palavra à cabeça: “sorte”. Muitas pessoas dizem-lhe que “não é sorte, mas sim trabalho”, mas a autora de 32 anos sabe que nem tudo é tão linear. “O meu primeiro livro foi um sucesso ainda antes de estar cá fora. As pessoas não sabiam o que havia lá dentro e mesmo assim apoiaram-me. Achava que para este segundo a minha sorte já tinha esgotado e que agora não ia correr tão bem, porque podia ter havido quem não gostasse da minha estreia. Este segundo pequeno sucesso traz uma surpresa acrescida, mas acordo todos os dias com a ideia de que um dia para o outro esta sorte pode acabar”, conta.

Ambos os livros são muito diferentes. No primeiro, a história era mais introspetiva e passávamos grande parte do tempo dentro da cabeça da protagonista. Aqui, a narrativa desenrola-se muitas vezes fora de casa, entre Lisboa e Turim.

“É uma história sobre construção de identidade”, descreve Rita. “Vamos acompanhar a Leonor, uma jovem de 20 anos que vai de Erasmus para Turim. Ela vê nesta oportunidade uma forma de conhecer partes dela que até então estavam limitadas. Vai tentar encontrar-se.” A personagem principal tenta perceber se a pessoa que é em Portugal é o seu verdadeiro eu, ou se há muito mais para conhecer. A história vai dando saltos temporais entre 2023, o presente, e 2012, altura em que Leonor viajou. “Vamos perceber que algo de grave se passou quando estava em Itália.”

Para a criação de “Quando Os Rios Se Cruzam”, a autora inspirou-se na própria vida, visto que também ela estudou em Turim durante alguns meses. Baseou-se ainda nas amizades que foi criando ao longo na vida — e naquelas que vê entre as suas amigas.

Um dos tópicos centrais da narrativa é, então, a dificuldade que temos em criar novas relações quando já somos adultos. “É um dos temas transversais às nossas vidas”, reflete. Sabe que, às vezes, procuramos coisas diferentes nas nossas amizades e não é tão simples como quando éramos miúdos. 

O que também está muito presente no livro é própria cidade de Turim, que atua quase como uma personagem principal — a par de Leonor. É uma cidade que muitas vezes passa despercebida. Com a obra queria escrever uma carta de amor àquele local que a conquistou quando o conheceu. “Queria mostrar a magia que tem.”

O próprio título da publicação foi inspirado na região italiana, onde há efetivamente dois rios que se cruzam e que, para Rita, é algo muito identificativo da cidade. “Há muito imaginário à volta destes dois rios”, confessa. Esta dualidade vai ao encontro da história que queria apresentar, porque Leonor é uma pessoa em Lisboa e outra completamente diferente em Turim.

O caminho até ter um livro concluído não esteve isento de obstáculos. Apresentou a ideia à editora em fevereiro do ano passado e terminou-o em dezembro. Rapidamente percebeu que o método de trabalho tinha de mudar. Para a concretização de “As Coisas Que Faltam”, passou muito tempo em casa. Era assim que se conseguia concentrar. Para “Quando Os Rios Se Cruzam”, a sua casa foi trocada por cafés e locais ao ar livre. “Precisava de absorver o que estava a acontecer à minha volta, porque esta é uma obra de autodescoberta. Acho que o meu método vai mudar de livro para livro”, confessa.

Quanto àquilo que os leitores podem esperar, Rita adianta que esta nova publicação tem muita mais ação. Leonor vai cometer muitos erros e asneiras, mas também vai tomar boas decisões. “Se as pessoas também ficarem com vontade de conhecerem Turim depois de lerem o livro, sei que o meu trabalho foi bem feito”, brinca.

A novidade já está disponível em pré-venda online. Também conta atualmente com um desconto de 10 por cento, o que desce o seu valor para 15,21€ — normalmente custará 16,90€. Tem 240 páginas.

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