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As novas aventuras de “Zorro” chegaram — e prometem mais “empoderamento feminino”

A produção da Amazon acaba de estrear e acompanha o jovem Diego de la Vega em missão por cidades e aldeias da Califórnia.
O mascarado está de volta.

Menos homens e mais mulheres: é isto que propõe “Zorro“, a nova série da Prime Video que estreou esta quinta-feira, 25 de janeiro. “É uma renovação das personagens, das dinâmicas e também inclui alguns elementos atuais. Temos mais intervenientes femininas, o que é muito necessário, se não os miúdos não vão ver aquilo que lhes interessa agora”, conta à revista “Hola” Miguel Bernardeau, o protagonista.

A série inspira-se no universo da personagem criada em 1919 pelo escritor Johnson McCulley — e que em 1998 já tinha inspirado o filme protagonizado por Antonio Banderas, um êxito que arrecadou 230 milhões de euros. A narrativa acompanha um Diego de la Vega mais jovem, que parte em diferentes missões por cidades e aldeias da Califórnia, quando o estado americano era ainda uma província mexicana.

Apesar da diferença na idade, o seu background continua a ser o mesmo: é um homem da aristocracia que luta contra as injustiças. Está sempre acompanhado de Bernardo (Paco Tous). O duo é como uma espécie de Batman e Robin.

Além de tentar fazer o bem, tem outros objetivos: descobrir quem realmente é e que tipo de adulto em que se irá tornar. E, claro, vingar a morte do seu pai, que foi cruelmente assassinado. “As personagens à sua volta, especialmente as mulheres, ajudam-no a estabelecer os seus princípios — que estão completamente abalados”, explica o ator de 27 anos.

A história conta com dez episódios que levam os espectadores numa aventura épica que se desenrola no século XIX. “Ao mesmo tempo que batalha, tem de perceber como é que as suas ações impactam a Califórnia numa época de mudança.”

Outro papel relevante vai ser o de Lolita, o grande amor do justiceiro que é interpretado por Renata Notni — e este é apenas um exemplo do “empoderamento feminino” que vamos poder ver em “Zorro”. “É um orgulho assumir este papel porque sei que as meninas e as mulheres vão olhar para ela e vão-se sentir representadas. Isso era muito importante para mim”, diz a atriz de 29 anos à mesma publicação.

Sobre a experiência de revisitar esta história, Notni frisa que foi um prazer, mas destaca pelo menos um grande motivo. “Dar vida a uma mulher de outra época, mas que desconstrói todos os códigos sociais e estereótipos da sociedade”, explica sobre as razões que a levaram a aceitar o papel.

O feminismo não é o único tópico de grande relevância que é abordado na série da Prime Video. Há um outro tema polémico à mistura, a colonização e ocupação de territórios a indígenas.

“Embora a narrativa se desenrole na Califórnia, contamos a história das pessoas originárias daquele local que se viram forçadas a abandoná-lo. Ao tocarmos nos pontos certos, fazemos com que isto seja uma experiência com a qual muitos países se conseguem identificar atualmente”, comenta Bernardeau, mais conhecido por interpretar Guzmán nas primeiras temporadas do fenómeno “Elite”, da Netflix.

Pode parecer uma versão mais socialmente consciente de “A Máscara do Zorro”, mas a essência do protagonista mantém-se. “Continua a ser um herói que está sempre pronto a batalhar. No entanto, não podíamos fazer esta série sem mudar algumas coisas, porque isso seria estar a dizer que nas últimas décadas, o mundo também não mudou”, reflete Miguel.

As reações dos críticos ainda não foram divulgadas no Rotten Tomatoes, mas já sabemos que está a ser um sucesso entre os espectadores. No site, conta com uma avaliação de 90 por cento por parte do público.

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