A segunda edição do Coala Festival, que decorreu este fim de semana, atraiu milhares de espectadores ao Hipódromo Manuel Possolo, em Cascais. Durante dois dias, o palco principal acolheu uma série de artistas de língua portuguesa, com a missão de promover uma fusão entre música lusófona e ritmos contemporâneos.
Linikier e Ney Matogrosso foram as grandes estrelas de 2025, — o primeiro atuou no sábado, 31 de maio; e o segundo subiu ao palco este domingo, 1 de junho. Ambos atraíram as multidões mais expressivas de cada dia.
O Coala Festival nasceu no Brasil há cerca de dez anos e estreou-se em Portugal no ano passado, com atuações de artistas como Jorge Ben Jor, Gilberto Gil e Rubel. Em 2024, reuniu mais de 20 mil pessoas em dois dias.
A edição deste ano apresentou várias novidades, entre elas o palco Super Bock Club, dedicado à música eletrónica e equipado com bar e zona de restauração. “Nesta segunda edição, reforçamos o compromisso de dar centralidade às margens, convocando DJ e projetos que reimaginam a pista como um espaço de elevação cultural, onde a dança e o groove nos propõem um futuro simplesmente irresistível”, destacou Kalaf Epalanga, co-curador da versão portuguesa.
O recinto dividiu-se em duas áreas principais: o Hipódromo Manuel Possolo, que acolheu o palco principal e vários pontos de venda de bebidas, e uma segunda zona, dedicada à restauração, com 12 food trucks, com uma oferta variedade que incluía propostas como açaí, salgadinhos brasileiros e pizzas.
Ana Lua Caiano inaugurou o palco principal ao início da tarde de sábado, 31 de maio, com uma fusão de sons tradicionais com eletrónica, que lhe tem valido reconhecimento e prémios.

Seguiu-se António Zambujo, que trouxe o cante alentejano ao festival. O cantor e compositor atuou acompanhado pelo Rancho de Cantadores da Aldeia Nova de São Bento (em Serpa.) O espectáculo abriu ao som do tema “Trago Alentejo na Voz” (2002), seguido dos êxitos “Sagitário” e “Guia”.
Na primeira noite, Liniker foi a grande atração do palco principal. Considerada uma das artistas trans mais influentes do mundo e um símbolo de representatividade para esta comunidade, a brasileira subiu ao palco às 22h30. A cantora, sonhecida pelos seus concertos enérgicos, levou o público ao rubro com temas como “Caju”, “Vermelho Marrom” e “Tudo”.
O segundo dia arrancou com Lena D’Água, a partir das 16h40. O alinhamento do concerto passou por temas como “Vígaro Cá, Vígaro Lá”, “Robot”, “Chá”, “Grande Festa” e “Sempre que o amor me quiser”, agradando ao público heterógeneo da artista portuguesa, composto por fãs antigos e mais jovens.
Ney Matogrosso encerrou o festival com uma performance intensa e vibrante, com figurinos brilhantes e movimentos enérgicos, características que definem o seu estilo arrojado que desafia convenções sociais e culturais. O artista subiu ao palco principal às 22h35 para apresentar o espectáculo “Atento aos Sinais”, — e não defraudou as expectativas do público.
Conhecido pela sua estética andrógina, maquiagem marcada e vestuário ousado, Ney abriu a performance em Cascais com “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, seguindo para “Jardins da Babilónia” e passando por “Beco”. Uma setlist que agradou aos fãs, com muitos a entoarem os refrões criados pelo artista considerado ícone da liberdade de expressão e da contracultura no Brasil.
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