Depois de dez anos de concertos memoráveis no Brasil, o Coala Festival atravessa o Atlântico e estreia-se em Portugal, no início de junho deste ano. A proposta desta primeira edição portuguesa é oferecer um cartaz dedicado à música lusófona. Nesta terça-feira, 16 de janeiro, foram anunciados mais dois nomes, que se enquadram neste conceito: o brasileiro Jorge Ben Jor e a angolana Pongo.
Jorge Ben Jor, com 84 anos, é um nome histórico da música brasileira, sendo responsável por temas tão icónicos como “Mas Que Nada”, “Chove Chuva” ou “Take It Easy My Brother Charles”, entre muitos outros. Além de cantor e compositor, é guitarrista e percussionista. Editou o seu primeiro álbum, “Samba Esquema Novo”, em 1963, tendo completado, este ano, 60 anos de carreira. Em 2008, a revista “Rolling Stone Brasil” nomeou-o como o quinto maior artista da história da música brasileira.
Logo no início, o tema “Mas Que Nada” torna-se um êxito internacional tendo sido cantado por Ella Fitzgerald, Dizzie Gillepsie, Al Jarreu entre outros. Nos anos 70, a sua música tomou um rumo mais experimental e fez com que participasse em inúmeros festivais de jazz e world music um pouco por todo o mundo.
Em 1989, altera o seu nome artístico de Jorge Ben para Jorge Ben Jor e a sua música toma também um rumo mais pop, tendo sido cantada também por vozes como Fernanda Abreu, Daniela Mercury, Chico César, Ivente Sangalo, Paralamas do Sucesso e Skank, entre outros. Esteve em Portugal pela última vez no verão de 2022.
Pongo, por outro lado, nasceu em Angola e conta com uma enorme base de fãs portugueses. É a compositora e a voz do hit “Kalemba (Wegue Wegue)” dos Buraka Som Sistema, um grande êxito que pôs toda a gente a dançar após o seu lançamento em 2008 e abriu espaço para o kuduro em Portugal. Esse é precisamente um dos géneros explorados pela artista, assim como rap e pop. É uma das artistas lusófonas que já fez parte do projeto Colors.
Pongo é o nome artístico da cantora angolana Engrácia Domingos da Silva que, desde muito cedo, veio viver para Lisboa com a família fugindo assim da guerra civil angolana. Começou a interessar-se por música primeiro como dançarina no grupo de kuduro Denon Squad. Pouco tempo depois para além de dançar começou a fazer rap. Depois de passar pelos Buraka Som Sistema, inicia a sua carreira a solo com o EP “Baia” em 2018, seguindo-se um outro chamado “Uwa” no ano seguinte. O primeiro disco surge em 2022 com o nome “Sakidila”.
“O evento tem o seu foco na música em língua portuguesa como um todo, unindo as pontas do triângulo Brasil, Portugal e África, e o anúncio destes artistas reflete exatamente essa proposta de curadoria, com nomes do Brasil, Portugal e Cabo Verde”, refere Gabriel Andrade, sócio-fundador e curador do Coala Festival, que conta também com a curadoria de Kalaf Epalanga, — músico e escritor angolano, e um dos fundadores da banda Buraka Som Sistema.
“Vivemos um período extraordinário na música global, onde as noções de centro e periferia estão a ser redefinidas, e essa realidade é claramente percebida nos países de expressão portuguesa”, defende Kalaf. “Vejo o Coala Festival como um lugar excecional para explorar estas novas fronteiras sonoras, onde a tradição e a contemporaneidade se encontram para dar vida a experiências musicais inesquecíveis”, sublinha.
Joge Ben Jor e Pongo vêm juntar-se a nomes já confirmados como Gilberto Gil, Carminho, Mayra Andrade e BaianaSystem. O festival decorre no Hipódromo de Cascais nos dias 1 e 2 de junho de 2024. Por enquanto só estão disponíveis os passes de dois dias (não foi revelado ainda o cartaz particular de cada data). O valor é de 80€. No caso do bilhete VIP passa a 160€. Pode adquirir os bilhetes online, e também seguir o festival nas redes sociais, como Instagram e Facebook, para ficar a par de todas as novidades que serão reveladas em breve.
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