Em 2014, a primeira edição do Coala, em São Paulo, tinha como objetivo ser um palco para artistas emergentes da música brasileira (contrariando a tendência, na época, de se dar mais espaço e atenção a bandas internacionais). Dez anos depois, em 2024, a primeira edição do festival em Portugal quer ser um polo de artistas da lusofonia, unindo as pontas do triângulo Brasil, Portugal e África. Esta reunião de diferentes sonoridades cruzam-se no mesmo destino: Cascais. E há boas razões para isso.
“O primeiro passo da nossa internacionalização é Portugal, pela ligação entre os dois países, pela língua e pela comunidade brasileira que existe aqui. Quando começámos a procurar lugares para fazer o festival, chegámos ao Hipódromo Manuel Possolo, um sítio que achámos desde logo incrível, que já recebe eventos, já tem uma estrutura, que é uma área verde e tem possibilidades de expansão. Esta é apenas a primeira edição, mas sabemos que no futuro podemos crescer ali”, conta o fundador Gabriel Andrade à New in Cascais, durante a apresentação oficial do evento nesta quarta-feira, 27 de março.
“É um orgulho que o festival Coala tenha escolhido Portugal e, mais precisamente, Cascais, para a sua primeira edição fora do Brasil. Não podia ter sido escolhido melhor sítio. De facto, Cascais tem uma forte relação com o Brasil, naquilo que são as relações culturais, gastronómicas e económicas. Por outro lado, Cascais é um sítio que gosta e que sabe receber bem. Temos a viver em Cascais entre 15 a 20 mil brasileiros de forma fixa, além dos que nos visitam ao longo do ano. Por isso, acreditamos que a população vai responder de forma entusiasmada ao festival”, comentou Nuno Piteira Lopes, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, durante a apresentação.
Depois da autarquia desejar que esta “seja a primeira edição de muitas”, o diretor do Coala, Pedro Neto, reforçou que a Câmara tem sido “uma grande aliada do festival”. Quanto à lotação, Gabriel Andrade revela à NiC que estão à espera de receber entre 8 a 10 mil festivaleiros, em cada dia, num recinto que tem capacidade de chegar até às 15 mil pessoas.
Marcado para os dias 1 e 2 de junho, o festival tem um cartaz de peso. A apresentação oficial do evento aconteceu nesta quarta-feira, 27 de março, no Centro Cultural de Cascais, onde foram revelados mais dois nomes: a brasileira Céu e a portuguesa Rita Vian. Esta última, tem vindo a ser reconhecida pela crítica e pelo público, depois de lançar o álbum de estreia “Sensoreal” (2023), entrando para o panorama dos novos nomes da música portuguesa. Por seu lado, Céu, traz ao festival o seu trabalho com influências de MPB, samba, hip hop, afrobeat, jazz e R&B.
“O Coala reflete a transição do século XX para o século XXI, na música. Começámos como um grande palco para a música brasileira, havia uma cena efervescente de novos artistas que não estavam a conseguir chegar aos grandes festivais. Por outro lado, quisemos reverenciar os grandes nomes que fizeram a nossa música ser conhecida, como Caetano, Gil, Bethânia, Gal Costa, Milton Nascimento. No entanto, os artistas dessa geração estão a aposentar-se, outros já morreram. Então, quisemos também dar lugar à nova geração de música brasileira e, agora, fazer isso com toda a lusofonia”, sublinha Gabriel Andrade.
As duas cantoras juntam-se a nomes como Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Mayra Andrade, Carminho, Pongo, entre outros. Com o cartaz do palco principal fechado, resta agora saber que outras novidades ainda vêm por aí. “Falta revelar todos os DJ que vamos ter no festival. Há um segundo palco chamado Clube Coala, que vai ter seis DJ por dia, mas há ainda outros seis que vão tocar no palco principal. Portanto, falta anunciar 24 DJ”, conta à NiC, o fundador.
A cerca de dois meses do evento, o Coala quer começar já a aquecer o público. Para isso, vai ter algumas festas de warm up e a primeira acontece já no dia 5 de abril, em Lisboa. Vai decorrer no Musicbox, a partir da meia-noite, com entrada gratuita até à uma da manhã para quem tiver bilhete para o festival. A Mamanus e Quant são os nomes confirmados para a festa. O bilhete custa 12€.
A organização revelou ainda a preocupação em oferecer uma boa experiência de festival a todos aqueles que passarem pelo Hipódromo Manuel Possolo. “O foco maior é a musica, mas queremos proporcionar uma experiência, como dizemos no Brasil, sem perrengue, sem problemas. Então temos cuidado desde a escolha dos parceiros gastronómicos, às ativações de marcas, e tentar responder às necessidades do público, como ter bastante água disponível e locais com sombra, para os dias de calor”, afirmam.
Conheça os artistas confirmados para cada data.
1 de junho (sábado)
— Jorge Ben Jor
— BaianaSystem
— Pongo
— EU.CLIDES
— Rita Vian
2 de junho (domingo)
— Gilberto Gil
— Carminho
— Mayra Andrade
—Rubel
— Céu
Pode comprar os bilhetes diários (50€) ou os passes de dois dias (80€) online. Os bilhetes VIP custam 100€ por dia e 160€, respetivamente. À New in Cascais, Gabriel Andrade revelou ainda os horários do festival: as portas abrem às 16 horas e fecham à meia-noite (um dado importante, para quem é fã de concertos, mas não gosta de se deitar tarde).