Os vestidos coloridos, a música disco, as calças à boca de sino e a queda da estação espacial da Skylab em 1979 — a nova série da Disney+ é uma viagem até à década de 70. “Os Últimos Dias da Era Espacial” estreia esta quinta-feira, 3 de outubro, na plataforma de streaming.
A esta viagem pela memória juntam-se outros elementos como os conflitos de género, o papel da mulher no mercado de trabalho e as conturbadas dinâmicas familiares entre os protagonistas. A narrativa desenrola-se em Perth, na Austrália, durante um período de crise: uma greve de eletricidade ameaça paralisar a região enquanto o famoso concurso Miss Universo se realiza na cidade costeira, o que atrai a atenção de todo o mundo. Ao mesmo tempo, a estação espacial americana Skylab ameaça despenhar-se nas proximidades, o que cria uma atmosfera de pânico.
No meio deste frenesim, três famílias que vivem numa comunidade muito unida são confrontadas com as tensões crescentes. Os casamentos, as amizades e as futuras carreiras também vão ser postas à prova enquanto se tentam adaptar a uma época de mudança. “Os Últimos Dias da Era Espacial” é marcado pelo drama, mas também tem vários elementos de comédia.
Radha Mitchell, de 50 anos, interpreta Judy, uma mãe de adolescentes. A atriz australiana acredita que a década dos anos 70 é, por si só, uma personagem de grande relevância na história. “Naquela altura, era mais difícil as mulheres entrarem no mercado de trabalho. Os anos 70 eram quase como um obstáculo ao sucesso feminino. E apesar de se desenrolar no passado, continua a ser uma história muito contemporânea”, contou ao “The AU Review”.
Destaca também o facto da sua personagem crescer a um nível pessoal ao mesmo tempo que percebe que é realmente boa no seu trabalho, o que “era uma jornada muito comum para as mulheres daquela geração”, diz ao “Casting Networks”.
Para Linh Dan Pham, que encarna Sandy, essa era foi ainda mais importante devido ao passado da sua família, obrigada a fugir do Vietname durante a guerra. Graças ao seu papel, a atriz conseguiu ter uma conversa mais profunda sobre o tema com os pais. “Eles tinham traumas que eu desconhecia porque nunca tínhamos falado abertamente sobre isso. A série foi o pretexto perfeito para o fazermos”, confessa. Foi, no fundo, uma experiência “muito emocionante e impactante”.
Já Jesse Spencer, que interpreta o líder sindical Tony Bissett, garante que a narrativa se destaca devido à profundidade dos intervenientes. “Todos começam a série vindos de lugares diferentes e é fascinante como lidam com os conflitos, sejam eles pessoais ou profissionais. É esta dinâmica que ajuda a criar uma produção tão interessante”, conta ao “The AU Review”.
Os oito episódios — de aproximadamente 40 minutos cada — já estão disponíveis na Disney+ em Portugal. O consenso entre a crítica internacional é que Radha Mitchell tem uma atuação “que ressoa com o público”, mas a série “falha e apresenta uma visão demasiado ingénua de Perth em 1979”, escreveu o “The Guardian”. Já o “The AV Club” critica o facto de haver demasiadas personagens e, consequentemente, demasiadas histórias paralelas, o que se pode tornar confuso para o espectador.
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