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Futebol, vândalos e claques: nova série da Netflix está a ser um fenómeno global

"The Hooligan" mergulha numa subcultura controversa, que divide opiniões. Já está no top da plataforma em Portugal e no mundo.
Está a ser um sucesso.

Um mundo onde a paixão pelo futebol se transforma em violência e, acima de tudo, onde a lealdade a um clube pode custar mais do que um simples bilhete de jogo — em alguns casos, custa a própria vida. É neste cenário caótico que “O Hooligan”, a nova série da Netflix, mergulha os espectadores, ao mesmo tempo que desvenda a realidade sombria do vandalismo no futebol polaco.

Estreada a 29 de janeiro, a produção promete adrenalina e uma reflexão profunda sobre escolhas, violência e redenção. A obra já está a ser um fenómeno. Em Portugal, encontra-se na terceira posição do top, apenas atrás de “O Agente da Noite” e “O Recruta”. A nível global, está em quinto lugar.

A narrativa acompanha Kuba Wójcik, um adolescente polaco de 17 anos, interpretado por Grzegorz Palkowski, cujo pai, Michał (interpretado por Karol Pocheć), foi recentemente libertado da prisão. O filho, ao seguir os passos do progenitor, entra no perigoso universo das claques, onde a paixão fanática pelo clube se mistura com a violência e o crime. A série retrata a luta interna de Kuba entre a necessidade de provar o seu valor no mundo e as consequências mortais de um estilo de vida dominado por rivalidades extremas entre adeptos.

A trama não só se concentra nas lutas de rua, mas também nos dilemas morais que o protagonista enfrenta, especialmente quando tenta ajudar a sua namorada, Blanka (Mila Jankowska), que está em dificuldades financeiras. Para isso, desenvolve um plano que o leva até Zyga (Wojciech Zieliński), o líder do grupo que representa o perigo daquele estilo de vida. Torna-se numa espécie de mentor para Kuba.

“Ele vive numa linha ténue entre a liderança e a brutalidade. Ele é o pai que Kuba nunca teve, mas também representa o perigo e a sedução do mundo do vandalismo no futebol”, contou o ator de 45 anos ao site polaco “Glamrap”.

Para encarnar o papel, Wojciech Zieliński teve de entender a mente de pessoas que tanto são líderes quanto criminosos. Além disso, passou uma mês numa claque para compreender melhor a dinâmica entre os membros. “Tive de mergulhar na mentalidade e dia a dia deles.”

Mesmo antes de a série estrear, Grzegorz Palkowski, o protagonista, já tinha a certeza de que iria ser um sucesso. Além de ser uma história sobre futebol, fala sobre “escolhas difíceis, a lealdade e o preço da violência”, contou o ator de 32 anos ao site “Herzu”.

Inicialmente, ficou com receio de participar na produção pelo facto de abordar uma subcultura tão controversa — e que divide opiniões. “Há um respeito necessário ao lidar com um tema como as claques no futebol. Queríamos mostrar não só a violência, mas também o que leva alguém a abraçar essa vida, as dinâmicas de poder e as relações humanas dentro desse mundo”.

Ao site polaco “Film Rezensionen” garantiu que “The Hooligan” não glorifica o vandalismo. “Pelo contrário. Mostra as consequências devastadoras destas ações. Espero realmente que a série crie reflexões sobre a violência desnecessária e as suas repercussões.”

Na Polónia, a série está a ser elogiada pela forma como aborda o mundo do futebol e das respetivas claques dos grandes clubes. “Com atuações que cativam e uma narrativa que faz muitas perguntas, promete ser um dos pontos altos do catálogo da Netflix em 2025 e oferece uma experiência que vai além do entretenimento”, descreveu o “Film Rezensionen”.

Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em janeiro nas plataformas de streaming e canais de televisão.

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