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Há 2 novas exposições para visitar no Bairro dos Museus em Cascais este verão

Uma delas, "O poder da paisagem — Olhar uma paisagem e pensar no mundo", apresenta obras que têm estado inacessíveis ao público.
"A Colheita, Sul da Noruega", Atribuído a Herbert H. Newton

Junho está a chegar ao fim, mas para o Bairro dos Museus de Cascais esta época representa apenas o início da programação de verão. Das quatro exposições diferentes que serão inauguradas nas próximas semanas, já pode visitar duas delas: “Abraço ao Infinito” e “O poder da paisagem — Olhar uma paisagem e pensar no mundo”. 

A primeira, da autoria da artista brasileira Bettina Vaz Guimarães, abriu ao público nesta sexta-feira, 28 de junho, na Capela do Centro Cultural de Cascais. À semelhança do tempo que divide entre São Paulo e Lisboa, a sua arte abrande diversas linguagens como a pintura, o desenho, as instalações e as obras site-specific.

“Nesta exposição quero que o visitante mergulhe no meu universo com infinitas soluções. São muitas pinturas e pode sentir-se confuso e submerso. Entre no meu universo e deixe-se envolver. Respire com calma, olhe com atenção, escolha três obras que você gostou, saia da sala, retorne e escolha mais 2. Esta exposição é para olhar, olhar os detalhes. Cada vez notará mais pormenores”, afirma a artista.

Nas 280 pinturas que compõem a mostra (especialmente pensada para o espaço da antiga Capela do Fundador do Convento de N. Srª. da Piedade dos Carmelitas Descalços), a artista explora uma paleta de cores inspirada nas ruas de Lisboa. Foram as formas, a arquitetura, a paisagem, as cores e a luminosidade, no fundo, as cenas do quotidiano da cidade, que definiriam por onde seguiria sua pintura. 

Em todos os trabalhos, Bettina utilizou em tinta acrílica sobre papel, grafite e lápis de cor. As obras fazem parte da série “Elementos (2018 — 2024)”, fazendo parte do universo cromático da artista, que trabalhou em várias pinturas ao mesmo tempo, “permitindo que uma imagem influenciasse a outra, refletindo a complexidade do mundo atual”, refere a apresentação da exposição. 

O Centro Cultural de Cascais situa-se na Avenida Rei Humberto II de Itália, nº16, em Cascais. Poderá visitar a mostra até 29 de setembro, entre terça-feira e domingo, das 10 às 18 horas. Pode comprar um bilhete de 5€ (permite acesso a todas as exposições patentes no Centro Cultural de Cascais), 15€ (acesso a todos os equipamentos do Bairro dos Museus durante 24 horas), ou 25€ (acesso a todos os equipamentos do Bairro dos Museus durante 72 horas).

Obra de Bettina Vaz Guimarães.

Já a exposição “O poder da paisagem — Olhar uma paisagem e pensar no mundo” é inaugurada este sábado 29 de junho, na Galeria de Exposições do Palácio da Cidadela de Cascais. Reúne cerca de 90 pinturas da coleção do Museu Nacional Grão Vasco, no âmbito de uma colaboração deste espaço com a Fundação D. Luís I e a Câmara Municipal de Cascais.

Esta é uma oportunidade única de ver obras que têm estado, maioritariamente, inacessíveis ao público, aumentando o seu valor cultural e histórico. Organizada em cinco núcleos temáticos, a mostra relata o encontro entre o artista e a natureza e a forma como este foi registado por pintores de diferentes épocas. Artistas que pintaram panoramas campestres e urbanos, figurativos e abstratos, que evidenciaram a complexidade e a vastidão deste tema. 

Estão representados artistas como Grão Vasco (1475-1542), José Malhoa (1855-1933), Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), Júlio Gonzaga Ramos (1868-1945) e Joaquim Lopes (1886-1956). A exposição integra, ainda, exemplares de espécimes minerais (jaspe paisagem, quartzo com turmalina melancia e dendrites de pirolusite), também estes da coleção do museu, que, pelas suas caraterísticas e composição geológica, se constituem como verdadeiras paisagens.

Odete Paiva, diretora do Museu Nacional Grão Vasco, afirma que a exposição “pretende suscitar reflexões significativas, partindo da paisagem como elemento inspirador, para pensar a relação do Homem com a Natureza. As paisagens, naturais ou humanizadas, mostram-nos a passagem do tempo e a fragilidade do meio ambiente e evocam emoções e experiências. A sua contemplação deve lembrar-nos a importância da sua proteção e conservação para as gerações futuras”.

Poderá visitar a mostra até dia 6 de outubro, de terça a domingo, das 10 às 13 horas e as 14 às 18 horas. A Galeria Exposições do Palácio da Cidadela de Cascais fica situada na Av. Dom Carlos I. O bilhete custa 5€ (permite acesso à galeria); 8€ (acesso à galeria e ao Palácio da Cidadela de Cascais); 15€ (acesso a todos os equipamentos do Bairro dos Museus durante 24 horas). 

“Jardim Antigo — Marzovelos” (1921) de Joaquim Lopes

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