Muitos aspirantes a escritores têm várias ideias guardadas na gaveta, apenas à espera do momento certo para lançá-las ao mundo. Se é o seu caso e sente que chegou a hora de testar o seu talento, pode começar por concorrer a um prémio literário. Por outro lado, este tipo de reconhecimento é também apetecível para autores com obras já publicadas. De uma forma ou de outra, há espaço para todos nos dois prémios literários relançados pela Estoril Sol.
A empresa portuguesa, que detém a concessão do Casinos Estoril (e também o de Lisboa e Póvoa do Varzim), anunciou o regresso, este ano, dos prémios literários em homenagem a dois grandes nomes da literatura portuguesa: Agustina Bessa-Luís e a Fernando Namora. A aposta na área da cultura é uma prioridade de longa data para a Estoril Sol, como garante a própria, em particular no que às letras portuguesas diz respeito.
O Prémio Literário Fernando Namora, realizado anualmente, é inteiramente reservado a romances já publicados. A 27.ª edição tem o valor de 15 mil euros. Em 2023, foi conquistado por Lídia Jorge, com o livro “Misericórdia”.
O júri elogiou a obra, destacando “a escrita marcada por singular criatividade, transfigura ficcionalmente a matéria do real que o suscita e, na construção da personagem nuclear como de outras, nos múltiplos momentos da efabulação, nos planos em torno dos seus universos sociais, emocionais, afetivos, e nas notações de um processo de perda sem excessos descritivos, exprime uma voz com atributos incomuns de generosidade e humanismo. Trata-se, com efeito, de uma obra maior na bibliografia da escritora”.
Em relação à 17.ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, o objetivo assumido, desde o seu lançamento, é encontrar novos talentos na área da escrita. Até 2016, este prémio tinha a regra de limitar a participação a concorrentes até 35 anos. A Estoril Sol alterou, entretanto, essa norma, alargando o âmbito do concurso. No entanto, mantém-se a obrigatoriedade de o romance a concurso ser inédito, de autor português, “sem qualquer obra publicada no género”.
O romance vencedor, como revelação de 2023, foi “Aqui Onde Canto e Ardo”, de Francisco Mota Saraiva. Este prémio tem o valor de 10 mil euros e, de acordo com o regulamento, a obra vencedora será publicada pela Editora Gradiva. Sobre este romance, escreveu o júri: “É a saga de uma família que a história portuguesa do século XX fez existir entre três continentes, Ásia — Índia, África — Moçambique, Europa — Portugal. A diversidade imaginária desses três mundos é dada através de narrativas da memória de algumas das principais figuras da família. Nelas se recordam diferenças promotoras de violências diversas, das dores e angústias do poder sobre todas as suas formas”.
Em ambos os prémios literários, o limite de receção das obras originais é dia 31 de maio. O júri, comum aos dois concursos, será presidido por Guilherme D‘Oliveira Martins, em representação do Centro Nacional de Cultura. Integra, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Ana Paula Laborinho, Liberto Cruz e José Carlos de Vasconcelos, convidados a título individual e, ainda, Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.