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“N.º24”: o filme de guerra que está a ser um êxito na Netflix em todo o mundo

A obra realizada por John Andreas Andersen conta a história pouco conhecida de um homem que lutou contra os nazis.
Poderá destronar “Bagagem de Mão”.

Leu dezenas de livros, conversou com historiadores e passou centenas de horas a ver documentários. A preparação de John Andreas Andersen para realizar “N.º 24” não foi fácil e prolongou-se por mais de meio ano. O objetivo sempre foi, claro, criar um filme que refletisse com o máximo de rigor histórico o que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial. Aparentemente, o esforço do cineasta norueguês foi frutífero.

Neste arranque de ano, é a terceira produção mais vista na Netflix em Portugal, após ter estreado a 1 de janeiro. Na média mundial, ocupa a segunda posição e está apenas atrás de “Bagagem de Mão”, um dos maiores êxitos da história da plataforma.

O título retrata a vida de Gunnar Sønsteby, um dos mais famosos líderes da resistência norueguesa durante a Segunda Guerra Mundial. Os espectadores conhecem-no em duas fases da sua vida: na juventude, quando tinha apenas 22 anos e se juntou à luta contra a ocupação nazi; e na velhice, numa altura em que reflete sobre as suas experiências e partilha-as com a geração mais jovem, onde aborda as motivações e desafios enfrentados por aqueles que morreram pela liberdade da Noruega durante um período sombrio da história.

“A história do Sønsteby serve hoje como um lembrete do custo humano da guerra e da resiliência do espírito humano face à adversidade. Partilhar as histórias da Segunda Guerra Mundial educa as futuras gerações sobre as realidades do conflito e a importância de se opor à tirania”, disse John Andreas Andersen, de 53 anos, ao site de notícias norueguês “Filmpolitiet”.

Erik Hivju, o ator que interpreta o protagonista na sua fase mais velha, acrescentou que é uma “enorme honra retratar uma figura tão emblemática do país”. “Mais do que nunca, é importante que sejamos lembrados dos valores que ele defendia”. 

Esta era uma história com que o ator de 77 anos já estava familiarizado: quando era miúdo, os seus familiares costumavam contar-lhe alguns dos episódios mais marcantes da vida do soldado. “Sei muito bem tudo o que ele fez. É um orgulho interpretá-lo e mostrar este capítulo da sua vida que merece mais atenção.”

A produção original da Netflix envolveu uma pesquisa meticulosa para garantir a precisão histórica, desde os detalhes dos uniformes até às recriações de operações de sabotagem realizadas pela resistência norueguesa. As filmagens ocorreram em diversas localizações do país, para retratar a autenticidade dos cenários da época e, claro, a beleza natural da Noruega.

A receção da crítica ao filme tem sido amplamente positiva, com elogios direcionados às atuações do elenco, onde também se encontram Mark Noble, Lisa Loven Kongsli, August Wittgenstein e Ines Høysæter Asserson, e à realização de Andersen.

“A representação autêntica dos eventos históricos e a profundidade emocional das personagens proporcionam uma experiência cinematográfica envolvente e extremamente educativa, sem grandes extravagâncias”, descreveu o site “Roger Ebert”, fundado pelo crítico Roger Ebert, um dos mais populares dos EUA, em 2002.

“Através do ponto de vista da vida de Gunnar Sønsteby, o filme inspira os espectadores a valorizar a liberdade e a reconhecer a importância de resistir à opressão em todas as suas formas”, realça o realizador John Andreas Andersen.

Carregue na galeria para conhecer algumas das séries e temporadas que estreiam em janeiro nas plataformas de streaming e canais de televisão.

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