A exposição “Mudam-se as histórias, mudam-se os estilos” reúne um conjunto de obras que revelam o processo criativo de Paula Rego, uma das mais célebres artistas portuguesas, que morreu a 8 de junho de 2022, com 87 anos. Três anos antes, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal. A mostra está patente na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, até 31 de março de 2024.
Com curadoria de Catarina Alfaro, coordenadora da programação e conservação da Casa das Histórias Paula Rego, apresenta uma seleção de obras da autoria da artista portuguesa, que integram a coleção da Câmara Municipal de Cascais, através da Fundação D. Luís I, entidades organizadoras da mostra, além de obras que fazem parte de importantes coleções privadas nacionais.
A ideia é oferecer ao público uma perspetiva do seu percurso criativo, desde a década de 1950 até aos seus últimos anos de produção artística. “Através da exposição de mais de uma centena de obras, a mostra descortina o processo criativo de Paula Rego ao longo de sete décadas, para evidenciar como foi capaz de construir um território figurativo único e pessoal, onde as histórias funcionam, desde as suas primeiras criações, como verdadeiras estruturas realistas”, revela a organização, da qual também faz parte o Bairro dos Museus.
Os trabalhos em exposição revelam a enorme diversidade de técnicas e materiais utilizados pela artista durante a sua longa carreira. Há pinturas e desenhos a óleo, tinta acrílica, guache, aguarela, pastel, lápis de cera e de cor sobre os mais variados suportes, desde colagens, tapeçaria, serigrafias, água-forte e água-tinta.
A mostra apresenta, ainda, cerca de 18 estudos em tinta-da-china sobre papel, executados por Paula Rego para algumas das pinturas que viria depois a realizar. Pode visitá-la, de terça-feira a domingo, entre as 10 e as 18 horas. O preço do bilhete é de 5€.
A pintora nasceu em Lisboa a 26 de janeiro de 1935. Nos anos 60, estudou na Slade School of Art, em Londres, cidade onde passaria a viver definitivamente, a partir da década seguinte. Em 2009 foi inaugurada a Casa das Histórias, o museu em Cascais que acolhe parte da sua obra, e que Paula Rego visitava regularmente.
Das várias distinções que conquistou, destaca-se o Prémio Turner, em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, em 2013. Pelo meio, recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (2004) e a Ordem do Império Britânico, com o grau de Oficial (2010), pela sua contribuição para as artes, atribuído pela rainha Isabel II. No final de 2021, o “Financial Times” considerou Paula Rego uma das 25 mulheres mais influentes do mundo.