Com os seus sketches hilariantes em “Saturday Night Live”, Kristen Wiig tornou-se uma das comediantes mais populares de Hollywood. Desde que abandonou o programa, em 2012, apareceu ao lado de grandes nomes do cinema, como Matt Damon em “Pequena Grande Vida” e Chris Pine em “Wonder Woman 1984”. Agora, é a protagonista de “Palm Royale”, que conta com um elenco de luxo.
A série estreou esta quinta-feira, 21 de março, na Apple TV+. A narrativa acompanha Maxine Simmons, uma antiga rainha de concursos de beleza que está determinada em juntar-se à alta sociedade de Palm Beach no longínquo ano de 1969. Está tão determinada que literalmente trepa o muro da propriedade num momento cheio de comédia. Quando finalmente entra — mas não de forma legítima — começa a socializar com as pessoas mais ricas da cidade, sempre com esperança de também ela alcançar a influência que estas têm.
A tarefa complica-se quando o seu caminho se cruza com o de Robert, um veterano de guerra que se tornou num dos vigilantes do clube altamente exclusivo. É interpretado por Ricky Martin. “Nenhum de nós poderia entrar lá”, brinca a superestrela da música latina em entrevista à “Elle”. “Nunca na vida”, reforça Kristen, de 50 anos.
O resort é, no entanto, muito bom “para observar as outras pessoas e criar teorias sobre as suas vidas”. Uma das visadas é Linda, uma feminista e ativista cujo principal objetivo é ajudar as mulheres de Palm Beach a entrarem em contacto com as suas emoções através da meditação. A personagem é interpretada por Laura Dern, que também é uma das produtoras da obra. Esta é o seu primeiro trabalho em televisão desde 2019, quando apareceu em “Big Little Lies”.
O nome de Dern chegou a ser falado para o lugar de protagonista, mas os compromissos profissionais impediram a atriz de 57 anos de o agarrar. “Depois veio a pergunta: quem vai ser a nossa Maxine?”, conta ao “The Hollywood Reporter”.
Pensou imediatamente em Kristen Wiig. A humorista aceitou de imediato. Depois foram sendo adicionados outros nomes: a lenda da comédia Carol Burnett, Allison Janney, Bruce Dern (o pai de Laura), Amber Chardae Robinson, Leslie Bibb, Julia Duffy, Mindy Cohn e Kaia Gerber.
Quanto a Ricky Martin, o papel chegou-lhe de forma bastante caricata. Estava numa festa dos Óscares e viu Abe Sylvia, o showrunner, guionista e produtor executivo, a dançar sozinho. Juntou-se a ele, começaram a falar e, duas semanas depois, o agente liga-lhe a dizer que o queriam em “Palm Royale”. “Ele tem sido como um maestro para mim. É muito preocupado e carinhoso, e eu estava a precisar disso”, descreve à “Elle”.
Interpretar Maxine não foi uma tarefa fácil para Kristen Wiig. Afinal, é uma personagem cheia de nuances e muito complexa. “Para os maneirismos dela, tentei focar-me sempre na sua felicidade interminável. Mesmo quando ela diz algo menos simpático ou triste, tentei manter esta energia positiva. Acho que isso é algo de que ela precisa mesmo, porque se mostrar uma racha nesta faceta, a sua vulnerabilidade, inseguranças e dores tornam-se visíveis. É exaustivo.”
Quem também dificultou as gravações foi Carol Burnett. Não por ter uma personalidade de diva, mas devido ao seu passado em comédia. Nos primeiros episódios, a sua personagem está sempre deitada e em coma. Isso não impediu, contudo, que Ricky e Wiig se desmanchassem sempre que tinham de partilhar uma cena com ela. “É suposto ser um momento triste porque ela está a morrer, mas ela fazia-nos sempre rir. Ela é assim. É a energia dela”, diz Martin, de 52 anos.
“Palm Royale” tem de tudo: humor, lágrimas e muito drama. “Também acho que a série pode ajudar as pessoas a lembrarem-se que não há problema em serem quem são, o que por vezes pode ser difícil. Esta é uma lição que muitas das personagens aprendem”, conclui Kristen Wiig. A produção está a dividir as opiniões. No Rotten Tomatoes, conta com uma avaliação de 55 por cento por parte dos críticos e 78 por cento do público.