fit

Terah: a app portuguesa que explica como e quando tomar os medicamentos

Nasceu em 2022, mas ressurgiu renovada neste mês de abril. Está mais intuitiva e com novas funcionalidades.
Uma aplicação pioneira.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, 50 por cento das pessoas não toma os medicamentos da forma que deveria e 10 por cento dos internamentos em todo o mundo acontecem devido ao uso incorreto de fármacos. A população cada vez mais envelhecida de Portugal acentua este risco.

Porque não podemos ter um profissional de farmácia ao lado, em permanência, João Mota decidiu criar uma aplicação móvel que praticamente o substitui. O farmacêutico criou, em 2022, a Terah, uma aplicação que serve para apoiar e dar indicações sobre a melhor forma de tomar a medicação. 

A 6 de abril, deste ano, surgiu uma nova versão, mais clara e interativa. A aplicação cria horários de toma dos fármacos, as respetivas doses e até mesmo as especificidades dadas pelo médico ou farmacêutico. “A ideia surgiu originalmente para dar resposta à iliteracia do medicamento”, conta o farmacêutico de 36 anos. 

“Há muitas pessoas que se deslocam presencialmente, com muitas dúvidas sobre o produto”, explica sobre a sua experiência como profissional. Percebeu que era necessária uma solução que facilitasse a vida das pessoas “de forma extremamente simples”. Assim, basta apontar o telemóvel para o código da caixa ou escrever o seu nome e a partir daí a Terah faz o resto.

“Permite o prolongamento do acompanhamento farmacêutico até ao utente”, nota a app, que pretende ir ainda mais longe. A app fornece informações sobre os medicamentos, alerta para incompatibilidades entre prescrições terapêuticas, notifica se há sobreposições, indica a posologia adequada e recomendações sobre a forma de tomar. E na hora da toma, é acionado um alarme que pode, além do nome, ter uma fotografia do medicamento.

Além da base de dados de mais de 50 mil artigos aprovados pelo Infarmed, a app é agora ainda mais abrangente. “Inclui produtos de saúde que não apenas os medicamentos. Também foi uma prioridade para nós incluir os alarmes offline, para que qualquer um, independentemente da sua literacia tecnológica, recebesse os alarmes”, conta. 

Porque grande parte do público é também mais idoso e, portanto, naturalmente menos apto ao uso destas aplicações, João quis focar-se na simplicidade de processos. “Foi quase uma obsessão”, explica sobre a fuga às diretrizes e normas que se usam na projeção de uma app. Tudo porque queriam que fosse algo realmente intuitivo e simples.

A aplicação e os dados pessoais de cada utilizador estão também disponíveis para cuidadores informais ou profissionais de saúde, caso entendam dar-lhes acesso. E se um médico der uma ordem de toma ligeiramente diferente da que se encontra na bula, como se faz? A aplicação está também preparada para isso. O facto de ter sido desenvolvida por profissionais de saúde, faz com que haja uma “perfeita consciência de todo o processo terapêutico”. “É permitido ao utilizador ou mesmo ao profissional de saúde que faça esses pequenos ajustes.”

Embora a nova versão tenha sido lançada ainda este mês, já há novas ideia a ser implementadas para breve. Sem avançar muito, mas dando algum enquadramento, o fundador conta que “essas mesmas especificidades [das recomendações diferentes das da bula] passem a ser incorporadas automaticamente para cada utente individualmente.”

Em pouco tempo, esperam também que a app possa vir a ser capaz de calcular quando é que o medicamento se esgota, permitindo que o utente possa fazer a encomenda diretamente para a farmácia. 

Quanto ao feedback, sem dúvida que tem sido positivo. “Obviamente, como faz qualquer empresa na fase de lançamento, também temos uma perspectiva de crescimento e construtiva”. “E todas sugestões que fomos recebendo também permitiram desenvolver esta nova versão, mais direcionada e mais assente na resposta dos nossos utilizadores”. Neste momento, contam com cerca de dois mil utilizadores, mas querem aumentar esse número. O objetivo primordial, esse continua a ser o mesmo: reduzir a desinformação e má gestão dos medicamentos. 

A aplicação é gratuita e está disponível para Android e iOS.

MAIS HISTÓRIAS DE CASCAIS

AGENDA