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Carcavelos e Parede transformaram-se numa galeria de arte urbana ao ar livre

Há 18 postos de transformação, com murais pintados, espalhados pela zona. A NiC conta-lhe onde os pode encontrar.
As osgas fazem referência aos habitantes da Parede. Arte: VILE.

Vandalismo ou uma forma de expressão artística. Durante anos, essa foi a principal discussão sempre que se falava em graffiti. Em muitos países e cidades, incluindo Portugal, esta prática foi repudiada. Em Cascais, mais concretamente na União de Freguesias de Carcavelos e Parede, foram tomadas algumas medidas no sentido contrário: realizar intervenções públicas de arte urbana para trazer mais cor às ruas.

Uma dessas manifestações de arte foi através da pintura de postos de transformação elétricos. A iniciativa conta com a participação de mais de uma dezena de artistas, que foram convidados a transpor para estas caixas o seu registo artístico pessoal e alguns dos elementos mais característicos da zona.

A dinâmica começou em 2021 e dura até aos dias de hoje. A obra mais recente foi apresentada na passada quarta-feira, 18 de setembro. Fica na rua Henrique Barrilaro Ruas, na Parede, e o autor é Rodrigo Nunes, conhecido como VILE.

Para este posto, o artista pintou quatro segmentos distintos. O maior tem o nome da zona, enquanto que na fachada para o lado direito apresenta um retrato de Fernando Lopes Graça, compositor musical que viveu grande parte da vida em Cascais. Do outro lado, está representado um lagarto, mas este tem uma particularidade. “Quem é da Parede são os ‘osgas’, então achei que era engraçado e também importante fazer uma abordagem para a população local”, comenta o autor.

A VILE juntam-se autores portugueses e internacionais, todos com estilos diferentes. Por exemplo, nas obras do artista brasileiro Afounsoul são evidentes os elementos naturais, com cada um dos murais pelos quais é responsável a ter alguma espécie de pássaro.

O estilo de Mariana Duarte Santos também é bastante identificável. Caracterizados por uma abordagem clássica, retratando históricas locais e a identidade coletiva dos habitantes, os murais da pintora têm a característica diferenciadora de serem dos únicos do projeto a ter sido pintados a preto e branco.

NOTART transporta-nos para lugares quase que imaginários, mas sempre assentes na vivência das Freguesias. SMILE apresenta gravuras quase fotográficas de animais e as pinturas de Mafalda M. Gonçalves têm sempre cores vibrantes.

A requalificação destes postos de transformação insere-se num projeto que já conta com mais de 25 obras, espalhadas por vários pontos da União de Freguesias. Os principais objetivos são melhorar as infraestruturas urbanas, promover a arte urbana e garantir uma maior inclusão social em atividades artísticas.

Ainda que parte da experiência seja encontrar uma destas estações por acaso, pode ver no mapa as localizações de cada uma destas estações elétricas. Se quiser ver algumas das pinturas, pode carregar na galeria.

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