Fica perto do centro urbano de Cascais, mas longe o suficiente para parecer que se viajou até ao interior do País, com campos verdes a perder de vista e uma multiplicidade de experiências vividas na natureza, com hábitos ligados à terra. A Quinta do Pisão é um parque com 380 hectares, requalificado pela Câmara Municipal de Cascais, permitindo aos visitantes aproveitar os seus espaços tranquilos e participar em atividades ligadas à agricultura, aos animais, à biodiversidade e ao voluntariado ambiental.
Entre as diferentes iniciativas que encontra por lá, destinadas a miúdos e adultos, há uma que não falha quando se fala de prazer absoluto: um simples passeio para conhecer a quinta, aberta a todos. Considerada um caso de estudo em matéria de conservação da natureza, biodiversidade e desenvolvimento de turismo responsável, a Quinta do Pisão tem agora com uma nova instalação artística, que procura sensibilizar o público para a inteligência do ecossistema, assim como estreitar laços entre a comunidade e os espaços naturais através da arte.
A novidade foi apresentada no dia 31 de janeiro, num evento que contou com a presença do presidente do município de Cascais, Carlos Carreiras. “Uma semente cria uma floresta” é uma obra do artista ambiental alemão Roger Rigorth, que os visitantes podem agora descobrir por lá. Foi criada com a missão de contribuir para aumentar a consciência ambiental, pretendendo recordar “a inteligência invisível do nosso ecossistema, a sua evolução, proteção e sobrevivência”, refere a quinta.
Instalada num carvalho, espécie protegida, a obra “representa uma espécie de casulo que remete para uma forma que se repete na natureza: uma semente (neste caso uma bolota) ou o ventre de uma mãe”, sublinha a Quinta do Pisão. Executada com uma estrutura de ferro e uma “tecelagem” de corda, a instalação tem inspirações da mitologia nórdica e celta, “onde a bolota simboliza a interconexão da vida e dos ciclos da natureza”, refere o responsável.
“Não sou um professor nem um guru, mas se conseguir que, através desta obra, as pessoas consigam reconectar-se com a essência e que a verdadeira regeneração aconteça, então ficarei feliz,” salienta Roger Rigorth, que reforça a importância de se sentir a natureza, em vez de apenas falar sobre ela e de promover um “regresso” às raízes.
“Todas as soluções podem ser descobertas na natureza; é apenas uma questão de observar em silêncio,” destaca Sofia Barros, responsável pela direção artística e curadoria do projeto.
A instalação artística vem juntar-se a mais dois projetos de arte na paisagem da Quinta do Pisão — “Rise and Fall” e “Sonhador” — com o objetivo de enriquecer o local para quem o visita, numa harmonia entre cultura e ambiente. A aposta da Cascais Ambiente na criação de um circuito de arte ambiental com mensagens sobre a natureza e o meio ambiente.
A Quinta do Pisão, situada no extremo ocidental do concelho de Cascais, no Parque Natural de Sintra-Cascais, “representa um legado histórico-cultural que se tem revelado estruturante para o território, quer pela sua escala e valores naturais que comporta, quer pelo seu património edificado e organização da paisagem”, afirma a própria.
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