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Mais de 7 toneladas de cápsulas de café foram recolhidas em Cascais no último ano

Foi o primeiro concelho do País a apostar numa rede de ecocentros para reciclar estes materiais. Os cascalenses aderiram em peso.
Tudo pelo ambiente.

Atualmente, tudo (ou quase) pode ser reaproveitado. Todos sabemos a importância da reciclagem e de depositar plástico, vidro e papel nos respetivos ecopontos já se tornou parte da rotina, tão natural como deitar fora o lixo orgânico. O que, até há pouco tempo, não tinha uma solução de descarte tão fácil, prática e amiga do ambiente, eram as cápsulas de café. 

Ora, num País onde a maioria da população não dispensa esta bebida, em vários momentos do dia, e em que — fazendo as contas por baixo — cada pessoa consome quase 400 cafés de cápsula por ano, não é difícil perceber que este tipo de resíduos são um problema ecológico e têm um enorme impacto ambiental. Normalmente, vão para o lixo indiferenciado “onde, nos aterros, levam mais de 300 anos a decomporem-se com todas as consequências ambientais que daí advêm”, sublinha a Câmara Municipal de Cascais. Fica a dúvida: afinal, o que fazer com as cápsulas usadas?

A resposta chegou precisamente há um ano, em novembro de 2022, quando o município de Cascais lançou um projeto para dar uma nova vida a estes artigos. Foi criada uma rede de ecocentros fixos e móveis, espalhados pelas várias freguesias, com o objetivo de tornar possível uma recolha seletiva de proximidade, permitindo ao consumidor ter um papel ativo na reciclagem e na economia circular, podendo depositar ali as cápsulas em fim de vida, de qualquer marca ou material. Esta iniciativa resultou de uma parceria entre a Cascais Ambiente, a Associação Industrial e Comercial de Café (AICC), a Tratolixo e vários comercializadores de café, como a Nestlé, Delta, JMV, Massimo Zanetti, NewCoffee e UCC.

“As cápsulas de café, compostas por plástico ou alumínio e borra de café, podem ser totalmente recicladas. Para isso, serão entregues e armazenadas na Tratolixo, de onde partirá posteriormente um camião para o reciclador. As cápsulas serão separadas e desmanchadas, de forma a aproveitar todos os componentes para novas utilizações. Os invólucros de plástico ou de alumínio transformar-se-ão em novas cápsulas e produtos do quotidiano, e a borra do café será utilizada para composto orgânico natural, ou seja, fertilizante para enriquecer as terras agrícolas”, garantia a autarquia, no lançamento do projeto. 

Na semana em que o protocolo entre as diversas entidades e empresas celebrou um ano, fez-se um balanço e o saldo não podia ser mais positivo. Ao longo de um ano, Cascais recolheu já mais de sete toneladas de cápsulas de café na sua rede de ecocentros.

De 25 de novembro de 2022 a 25 de novembro de 2023, foram enviados para reciclagem 7.220 quilos de cápsulas de café — que são, desde janeiro deste ano, o fluxo com mais peso na rede de ecocentros de Cascais, representando um quarto de todo o peso recolhido, garante a Câmara Municipal de Cascais.

Créditos: Câmara Municipal de Cascais.

“Em 2022, já estávamos a pensar nas cápsulas de café porque eram percebidas pelos munícipes como de elevado potencial de reciclagem. Encontrávamos muitas no ecoponto amarelo. O encontro com a AICC deu-se na melhor altura, em que estávamos todos — Cascais Ambiente e marcas de café — a desenhar a melhor forma de retomar estes materiais com valor: plástico, alumínio e borra de café. Da junção das vontades, nasceu este projeto de economia circular que tem uma enorme participação dos cascalenses”, garante Luís Almeida Capão, Presidente do Concelho de Administração da Cascais Ambiente.

Para Cláudia Pimentel, secretária-geral da Associação Industrial e Comercial de Café, este foi apenas o primeiro passo: “Com a colaboração da Cascais Ambiente, demos início à implementação do primeiro sistema universal e abrangente a todos os tipos e marcas de café. Face ao sucesso deste projeto, o mesmo vem sendo replicado em outros concelhos do País estando já presente em Guimarães, Lisboa e Cantanhede e prevendo-se a sua extensão em breve a outros concelhos.”

Lembramos que Cascais foi o primeiro concelho do País a ter a recolha seletiva de cápsulas de café em contentores na via pública, com a colocação do primeiro ponto de recolha no município, a 25 de novembro de 2022. 

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