Há dez anos, a vida de Rita Marques mudou completamente. Na altura, andava a viajar sozinha pelo Sudeste Asiático e fez, inclusive, voluntariado na Tailândia. Descobriu que aquela era a opção ideal para descobrir a verdadeira identidade de um destino, enquanto ajudava os locais. Quando regressou a Portugal, em 2013, percebeu que queria implementar aquele conceito por cá.
Em 2015, criou a ImpacTrip, uma agência de turismo responsável que desenvolve programas de voluntariado em destinos como Lisboa, Porto, Barcelona (Espanha), Split (Croácia) e Roma (Itália). Fundou o projeto com a ajuda de Diogo Areosa. Ela trabalhava na área da Gestão e, ele, no ramo do Turismo. Concluíram que seria “a combinação perfeita” para dar vida ao conceito.
De então para cá, já receberam mais de cinco mil voluntários e contam com mais de 100 mil horas de trabalho em projetos locais. No passado, os voluntários ficavam num hostel, fundado por Rita e Diogo, na zona de Belém, em Lisboa. No entanto, o espaço acabou por tornar-se insuficiente para conseguir dar resposta às necessidades que tinham. Para fazer crescer o projeto, decidiram abrir um novo espaço e, assim, no início do verão, surgiu a Impact Beach House, no Estoril.
“Fazia todo o sentido inaugurarmos o hostel aqui porque fica a apenas três minutos da praia”, conta Rita, de 33 anos. A organização de voluntariado atua em diferentes áreas da sociedade, sendo a limpeza dos oceanos um dos seus grandes focos. Também ajudam a cuidar de animais e distribuem refeições a pessoas em condição de sem abrigo.
“Sempre tive a paixão do empreendedorismo social e não estava feliz sem fazer algo sem impacto. Como recebemos muita gente que quer participar nos nossos projetos de voluntariado, percebemos que era melhor termos um alojamento à nossa medida, o mais sustentável possível”, acrescenta.
Na Impact Beach House, não há nada que não seja sustentável. O mobiliário, por exemplo, foi comprado em segunda mão ou renovado por outras associações. “Todos os objetos têm uma história”, assegura. Para conhecer cada uma, quando se hospedar por lá, pode fazer scan ao código QR que aparece ao lado de cada um deles. Por sua vez, os colchões foram comprados a uma grande empresa que apenas os usava para exposição — e por isso não eram vendidos aos clientes.
No espaço de Belém conseguiam receber até 41 hóspedes. Na nova unidade no Estoril acolhem até 60. Tem sete dormitórios com 4 a 14 camas (e com toda a privacidade possível) e três quartos privados com camas twins, para onde pode levar os animais de estimação sem qualquer custo associado. O melhor de tudo é que não precisa de ser voluntário para lá ficar, mas todos acabam por ajudar o planeta e a sociedade.
Diariamente são criadas diferentes atividades. Poderá fazer mergulho no Estoril — a Praia da Poça fica a 400 metros de distância — enquanto apanha lixo do mar, aprenderá a transformar lixo em verdadeiras obras de arte e também fará limpezas nas praias. Para relaxar e exercitar o corpo, pode sempre participar nas aulas de ioga, que decorrem no topo do hostel “que tem vista para um horizonte indescritível”.
Os dias, contudo, começam sempre com um pequeno-almoço bem ao estilo de hotel. A compotas, croissants, pão, leite vegetal (e não só), fruta e muitos legumes que são plantados na própria quinta do alojamento. Os preços das estadias começam, para os próximos meses, nos 27€. A reserva pode ser feita através do Booking.
Carregue na galeria para ver imagens da Impact Beach House, no Estoril.