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Qualidade da água nas praias portuguesas está cada vez pior (sobretudo em Cascais)

Desde o início da época balnear já estiveram interditas 41 praias no País, um número superior ao registado em 2023.
Cascais é o pior concelho.

Desde o início do verão, praticamente todas as semanas, pelo menos uma praia em Portugal esteve interditada a banhos devido à qualidade da água. Neste ano, 41 áreas balneares já enfrentaram interdições, enquanto 46 tiveram as suas águas desaconselhadas ou proibidas para banhos durante a época balnear, um aumento em relação a 2023.

A associação ZERO alertou esta quarta-feira, 7 de agosto, para o agravamento da qualidade da água nas praias portuguesas, especialmente no concelho de Cascais. “Existem atualmente 664 águas balneares cuja monitorização é reportada, com um número limitado de praias a revelarem problemas, mas de forma mais expressiva do que na época balnear passada”, adianta a associação, após avaliar os resultados disponibilizados no Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos.

O desaconselhamento ou proibição de banhos, mesmo que durante um curto período, afetou mais 17 praias comparativamente ao ano passado. Nestas zonas balneares, as análises ultrapassaram os limites fixados tecnicamente em Portugal, relativamente a “pelo menos um dos dois parâmetros microbiológicos avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais).

Das 41 praias interditadas até agora (15 no litoral e 26 no interior), a maioria deveu-se à má qualidade da água relacionada com esses dois parâmetros. Além disso, várias praias interiores apresentaram problemas adicionais devido à presença da bactéria Salmonella. 

Outras praias, como as de Lagos, Marco de Canaveses, Marinha Grande, Peniche e Sintra, também já enfrentaram problemas semelhantes. A associação ZERO manifestou ainda preocupação com a “falta de clareza nas informações disponibilizadas no site da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”, uma vez que nem sempre são claramente explicadas as razões para as interdições nas zonas balneares e os procedimentos dos Delegados Regionais de Saúde.

A ZERO defende, portanto, a necessidade de “investigar as causas” das contaminações e, “acima de tudo, prevenir a poluição” nas praias interiores, que foram, proporcionalmente, mais afetadas. Por outro lado, é importante notar que nenhuma das 59 praias classificadas pela associação como Praia ZERO Poluição (zonas onde não foi detectada qualquer contaminação nas análises das últimas três épocas balneares) mostrou problemas significativos de qualidade da água.

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