“O Carnaval do Rio de Janeiro é muito mais do que aquele que é vendido ao mundo, que acontece no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. O melhor do Carnaval é vivido nas ruas, nas comunidades”. A opinião é do ator Alexandre Liuzzi, que vive em Portugal desde 2017. Foi ele, em conjunto com o percussionista André Papadopoulos, que criou o bloco Sardinha Imperial, em 2020, numa mistura de conceitos portugueses e brasileiros em que o objetivo é só um: a diversão.
Alexandre sempre se deixou envolver pelo espírito carnavalesco, não fosse ele natural do Rio de Janeiro. Quando veio para Lisboa, trouxe na bagagem a alegria e os ritmos que lhe estão no sangue e acabou por integrar o bloco Bué Tolo, onde se manteve em 2018 e 2019. Em 2020, mudou-se para Cascais e percebeu que, nesta zona, não havia um bloco de rua, para festejar o Carnaval. Foi nesse ano que conheceu André e, juntos, criaram o Sardinha Imperial, o único bloco de Carnaval de rua brasileiro em Cascais.
“Montámos tudo num mês, mas ainda era uma coisa pequena. Em 2021, devido à pandemia, não houve Carnaval, mas em 2022 crescemos e participámos em várias ações. No entanto, a grande oportunidade surgiu em 2023, através de um convite da Câmara Municipal de Cascais para fazermos um cortejo pelas ruas da vila”, revela Alexandre.
À New in Cascais, o responsável conta que o crescimento do projeto levou a que este se transformasse numa associação. A Festiva Enseada- Associação Movimento Cultural tem hoje várias vertentes. Além do bloco Sardinha Imperial, tem também a banda Forró Imperial que dá concertos em vários locais, uma oficina de percussão, entre outras atividades. “Queremos fazer com que a associação cresça, precisamos de sócios. Então todos aqueles que quiserem fazer parte, são bem-vindos”, convida Alexandre.
Este ano, o Sardinha Imperial regressa às ruas de Cascais, no dia 13 de fevereiro, com um percurso “mais estruturado”. No total, o grupo conta com 22 pessoas na bateria (conjunto de instrumentos). O ponto de encontro é às 14 horas, no Largo 5 de Outubro, em Cascais, em frente à Câmara Municipal. Meia hora depois, começa o cortejo pelas ruas do centro, até chegar ao largo da estação da CP. Será feita uma pausa “para descansar e beber uma cerveja”, conta Alexandre à NiC, regressando depois ao ponto de partida, com chegada pelas 18 horas.
Afinal, em que consiste um bloco de Carnaval?
“Apesar de aqui ser inverno, o bloco significa alegria, música, calor. O cortejo tem uma bateria a tocar samba, disfarces aleatórios, com o objetivo de juntar pessoas felizes, celebrar a vida, sempre com alto astral. Vamos tocando pelas ruas e as pessoas vão seguindo, vai-se juntando uma multidão atrás, atraída pela música e pela animação, e vamos todos juntos no cortejo”, conta Alexandre.
É uma verdadeira festa coletiva e pública, para a qual estão todos convidados. Só precisa levar energia e boa disposição. “Os cortejos no Rio de Janeiro, que é o que eu vivia lá, é sempre pé no chão. Há um mestre de sala com um estandarte com o nosso nome e vamos seguindo cantando músicas pelas ruas da cidade”, refere o ator.
Entre sambas e marchinhas de Carnaval, o repertório musical conta também com duas músicas populares portuguesas. “A nossa vontade é unir o Carnaval brasileiro e português. Queremos mostrar o Carnaval do de rua do Rio, buscando sempre interação com o de Portugal”, refere.
Os próximos dias vão ser “uma loucura”. Além do grande evento de 13 de fevereiro, este domingo, dia 11, o Sardinha Imperial vai fazer parte da festa no Mercado da Vila, em Cascais, participando no Vila Folia. “É mais um show, neste caso, porque não tem cortejo, será parado, mas com muita animação”, revela o ator.
Se quiser ficar a par dos locais por onde o Sardinha Imperial vai passar, pode seguir o bloco no Instagram. É também por lá que encontra a página da Festiva Enseada, caso tenha interesse em tornar-se sócio ou participar nas diferentes atividades que promovem.
Carregue na galeria para ver imagens do bloco da Sardinha Imperial pelas ruas de Cascais no Carnaval de 2023.
